O apagão provocado pelos temporais da última sexta-feira, 11 de outubro, em São Paulo – e ainda não resolvido por completo até esta segunda, 14 de outubro – voltou a esquentar a briga entre o governo Lula e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão que regula o setor no país.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acusa a agência de não ter dado andamento às investigações solicitadas por ele contra a Enel, distribuidora de energia em São Paulo, depois dos apagões de novembro do ano passado.
Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, critica o governo Lula e a Aneel por não terem adotado medidas contra a Enel. O governador defende, inclusive, uma intervenção na empresa.
Segundo ele, ficou claro que a Enel não cumpriu as demandas exigidas depois do apagão do ano passado – e que não teve um plano de contingência para resolver rapidamente o novo apagão na cidade.
Em Brasília, Alexandre Silveira diz que a agência está tomada por bolsonaristas, que não derem andamento ao processo de caducidade da concessão da Enel em SP, que vence em 2028.
O ministro atacou também o atual prefeito e candidato à reeleição em São Paulo, Ricardo Nunes. Para Silveira, Nunes não fez a poda das árvores para evitar o novo apagão.
O prefeito se defende: diz que a prefeitura de São Paulo fez sua parte, e que as falhas são culpa da própria concessionária Enel.
Segundo turno em andamento
Nos próximos dias, o apagão na capital paulista deve se tornar também um dos temas centrais da disputa de segundo turno para a prefeitura da cidade.
No fim de semana, a equipe do candidato Guilherme Boulos (PSOL) usou o corte de energia para desgastar a imagem do prefeito Ricardo Nunes, seu adversário na etapa final da eleição.
Boulos aparece em vídeos, na sua casa, dizendo que lá estava faltando luz por cerca de 18 horas. E diz que visitou vários bairros, indo a casas com falta de energia, dizendo que tudo é responsabilidade do prefeito.
Ricardo Nunes tenta se defender dizendo que a responsabilidade é da Enel – que não teria cumprido suas metas de investimentos nem feito as podas de árvores de sua responsabilidade.