O Banco Central do Brasil, como esperado, anunciou nesta quarta-feira, 1º de novembro, a terceira redução consecutiva da taxa básica de juros, a Selic. Conforme a decisão, a taxa caiu meio ponto percentual, atingindo o menor patamar desde maio de 2022, a 12,25%. Além disso, o BC indicou que um novo corte de meio ponto percentual acontecerá na próxima reunião, que ocorrerá em dezembro.
A decisão do BC segue uma tendência de redução de juros motivada pela melhoria dos índices de inflação no país e pelo otimismo nas expectativas. De acordo com o Boletim Focus, o mercado financeiro projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 4,63%, dentro do limite de tolerância da meta (4,75%). Para 2024, a projeção está em 3,9%, e, para 2025, em 3,5%, ambas dentro da margem.
No comunicado, o Banco Central também abordou a política fiscal, destacando a importância da execução das metas fiscais estabelecidas para ancorar as expectativas de inflação e conduzir a política monetária.
Uma parte significativa do comunicado do BC permaneceu inalterada em relação à reunião anterior. Mesmo diante do risco de alterações na meta de resultado primário em 2024, o Banco Central manteve a mesma abordagem, sem confrontar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Banco Central planeja novo corte
Na próxima reunião do BC, que ocorrerá em dezembro, está previsto um novo corte de meio ponto percentual na taxa Selic. Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) afirmaram unanimemente que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo de desinflação.
Além disso, na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou os nomes dos dois novos diretores do Banco Central. São eles: Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, que assumirão seus cargos em dezembro, após serem sabatinados pelo Senado Federal. Essa nomeação acrescenta mais dois diretores nomeados pelo presidente Lula. No total são nove cadeiras na alta administração do BC, incluindo o chefe da instituição.
Nesta quarta também houve decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, que manteve as taxas em 5,25%. O comunicado do Fed foi considerado mais leve do que o esperado. Dessa maneira, o dólar a caiu 1,49% em relação ao real e o índice Ibovespa a fechar em alta de 1,69%.
