O deputado estadual Binho Galinha viu sua esposa, Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, e seu filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, de 18, serem presos na quinta-feira, 7 de dezembro. A ação aconteceu durante a execução de mandados de prisão preventiva pela Polícia Federal e Ministério Público da Bahia (MP-BA). As prisões fazem parte de uma investigação sobre uma milícia suspeita de atividades relacionadas à agiotagem. Além disso outros crimes em Feira de Santana, na Bahia, foram constatados.
Apesar de não ter sido preso devido ao foro privilegiado, Binho Galinha declarou estar à disposição da Justiça. Ele assegurou que os fatos serão esclarecidos. Ele ressaltou que suas atividades legislativas continuarão sem alterações nos próximos dias.
Em audiência de custódia em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Mayana teve a prisão convertida para domiciliar devido à presença de uma filha ainda criança. No entanto, João Guilherme teve a prisão preventiva mantida e foi encaminhado para o presídio em Salvador.
Os advogados de defesa, Rafael Esperidião, afirmaram que ambos estão à disposição da Justiça para colaborar no que for necessário.
O Ministério Público da Bahia denunciou um total de 15 pessoas. Dessa forma, seis foram presas, incluindo a esposa e o filho de Binho Galinha. Quatro indivíduos estão foragidos, e entre os detidos estão três policiais militares considerados o “braço armado” da milícia.
Os familiares do deputado ocupavam papéis específicos na organização criminosa:
- João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano: filho do deputado, responsável por receber dinheiro do crime desde antes de completar 18 anos, repassando aproximadamente R$ 474 mil ao pai.
- Mayana Cerqueira da Silva: esposa do deputado, cuja movimentação financeira, segundo investigações, era incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal, realizando a maioria das transações com os outros suspeitos.
Outros suspeitos e suas movimentações financeiras incompatíveis com as declarações à Receita Federal incluem Jorge Vinícius de Souza Santana Piano, Jackson Macedo Araújo Júnior, Josenilson Souza da Conceição, e Roque de Jesus Carvalho.
O grupo é suspeito de lavagem de dinheiro relacionada a jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada e desmanche de veículos. Durante buscas, a Polícia Federal encontrou milhares de peças de carros em um dos imóveis inspecionados.
No cumprimento dos mandados, diversos bens dos investigados foram bloqueados. Nesses bens estão R$ 200 milhões, 26 propriedades urbanas e rurais, e a suspensão das atividades econômicas de seis empresas. O total de mandados expedidos foi de 10 prisões e 35 buscas e apreensões.