Alvo de operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro, Bruno Henrique ficou bastante abalado com a situação que viveu na manhã desta terça-feira. O atacante foi acordado por volta das 6h pelos policiais em sua casa, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O atacante é suspeito de ter tomado cartões para beneficiar apostadores que seriam seus parentes e amigos no confronto entre Flamengo e Santos, no dia 1º de novembro de 2023. Na manhã desta terça, a PF foi a diversos locais com mandados de busca e apreensão.
O site do ge apurou que Bruno Henrique se incomodou pela forma como o trataram. No momento da busca e apreensão, o atacante tinha em casa a companhia da esposa, Giselle Ramalho, dos dois filhos e de dois funcionários.
Os relatos são de choro e apreensão. Após revista em todos os ambientes da casa, apreenderam apenas o celular do jogador.
Outro endereço alvo da PF no Rio nesta terça foi o Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. Os policiais chegaram ao local também por volta das 6h e, segundo relatos, dirigiram-se aos quartos dos atletas do time profissional, que são utilizados para concentração.
Dificuldade na identificação
Ao site do ge, uma fonte relatou que os policiais demoraram a identificar qual atleta era alvo da investigação. Como cada jogador tem uma senha para entrar no quarto, foi necessário entrar em contato com Bruno Henrique para que o código liberasse o acesso. O atacante passou a senha aos funcionários do Flamengo, e os policiais fizeram a revista.
Dois seguranças do futebol acompanharam a operação dentro do quarto de Bruno Henrique. Os policiais revistaram o local, mas não levaram nada. Pouco tempo depois, a PF encerrou a operação no Ninho do Urubu.
Endereços em Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG) encerram a lista dos 12 mandados de busca e apreensão (não há mandados de prisão).
Encerradas as buscas, Bruno Henrique chegou ao Ninho do Urubu por volta das 9h e se reuniu com o departamento de futebol. O atacante pediu para ir ao jogo contra o Cruzeiro, na quarta, e ficar à disposição da equipe. Em nota, o Flamengo informou a decisão, disse que apoiará as autoridades e reforçou confiança no jogador.
Além do atleta, a PF investiga parentes de Bruno Henrique. Entre eles o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Junior; a cunhada dele, Ludymilla Araujo Lima; e a prima, Poliana Ester Nunes Cardoso. Outras pessoas no alvo são Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Douglas Ribeiro Pina Barcelos e Max Evangelista Amorim, residentes em Belo Horizonte, que é a cidade natal de Bruno Henrique. Todos são ex-jogadores ou jogadores amadores de futebol.
Relatório
O relatório da IBIA informa que as “odds” para Bruno Henrique receber um cartão eram de 3,10 – o que significa que, a cada R$ 1 apostado, o apostador receberia R$ 3,10 caso o resultado acontecesse. Os valores das apostas identificadas pela PF corroboram essas estimativas. Entre os valores identificados de apostas em cartão do atleta, estão os seguintes:
- R$ 3.050,00 para ganhar R$ 9.150,00 (lucro de R$ 6.100,00)
- R$ 2.300,00 para ganhar R$ 7.000,00 (lucro de R$ 4.700,00)
- R$ 1.500,00 para ganhar R$ 4.550,00 (lucro de R$ 3.050,00)
Isto não quer dizer que estes sejam os totais dos valores envolvidos no caso. Conforme o ge revelou, foram três as casas de apostas que perceberam as movimentações incomuns relacionadas em apostas para Bruno Henrique tomar cartão amarelo.