Mauricio Valencia abriu um sorriso e deixou à mostra os caninos modificados, maiores e mais pontudos. O colombiano de 36 anos adotou o estilo vampiro para se destacar entre os atletas das Paralimpíadas e para quebrar qualquer estereótipo da pessoa cadeirante. Para além dos dentes, mostrou força em Paris para quebrar o recorde das Américas do lançamento de dardo F34 e levou a prata da classe do atletismo para atletas com paralisia cerebral que competem em cadeira.
– Eu não queria ter o mesmo sorriso que o resto do mundo. Eu sempre disse que o esporte paralímpico tem que ser um show. Isso significa estar fora do estereótipo de se sentar em uma cadeira de rodas. É uma questão de atitude na vida, e enquanto estou competindo – disse o atleta.
Colombiano começou em 2010
Valencia começou no atletismo paralímpico em 2010 e sempre esteve entre os destaques das provas de lançamento e arremesso. Nesse meio tempo, em Paralimpíadas, agora soma quatro medalhas, incluindo o ouro do lançamento do dardo da Rio 2016 que lhe rendeu homenagens do serviço postal colombiano com dois selos postais. No entando, em Mundiais são mais 11 pódios: dois ouros, cinco pratas e quatro bronzes.
– É incrível. Estou feliz em compartilhar essa felicidade novamente, em ganhar uma medalha que eu gosto, em ter conseguido defender minha carreira esportiva que graças a Deus foi muito frutífera. Dessa maneira, ganhei quatro medalhas paralímpicas e prometo que a quinta está prestes a sair. Vou tentar. Espero ter outra alegria. Quero tocar o sino de Notre Dame – disse o colombiano, mirando o ouro no arremesso do peso F34 de Paris.
Dessa maneira, nesta quarta-feira, Mauricio Valencia lançou o dardo a 39,04m, quebrando o recorde das Américas. Porém, não superou o iraniano Saeid Afrooz, que superou o próprio recorde mundial para faturar o bicampeoanto com 41,16m. O colombiano Diego Medina completou o pódio, com 37,17m.