O Brasil inteiro parou nos últimos dias para lamentar o acidente envolvendo um avião ATR da Voe Pass, que caiu em Vinhedo, no estado de São Paulo. Não houve como não se comover com o luto pela perda de mais de 60 passageiros e tripulantes. Na televisão, o jornalismo de todas as emissoras se desdobrou para levar informação com o máximo de respeito. No streaming, já não se pode dizer que houve o mesmo cuidado, especialmente no Globoplay.
A plataforma da Globo interrompeu os vídeos disponíveis do “Fantástico” do último domingo (12) para capitalizar, mantendo o péssimo hábito de inserir propagandas no meio de reportagens. O que não se esperava era que quem escalou a publicidade programática não avisasse ao algoritmo que um acidente de avião não é o melhor lugar para anunciar propaganda de companhia aérea.
A cada interrupção abrupta no meio de reportagens densas, surgiu um comercial da Delta Airlines. De mau gosto, para dizer o mínimo.
O excesso de propagandas no Globoplay já foi tema de muito protesto e debate nas redes sociais. Quem paga streaming não quer parar o conteúdo para assistir a publicidade, especialmente em espaços não pensados para isso, como o meio de uma reportagem. É desrespeitoso com o jornalismo, com o trabalho dos repórteres, com as vítimas e seus familiares.