
O Campeonato Paraibano de 2025 tem uma característica bem particular. É que a edição deste ano é a edição mais cosmopolita da história. São sete estrangeiros espalhados pelos dez clubes que disputam a elite do futebol da Paraíba. Um deles é Marcelino Embana, de 23 anos, que disputa pela primeira vez uma competição como profissional. Natural de Guiné-Bissau, o jogador é atacante reserva da Picuiense e vive a expectativa de entrar em campo pela primeira vez como atleta profissional.
A história de Embana no Brasil começa com o objetivo de estudar. Diferente de vários de seus ancestrais que cruzaram o oceano forçados naquela que foi uma das maiores tragédias da humanidade, a escravidão, Embana fez o percurso da África para o Brasil para construir um futuro de escolhas. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, cursou e se formou como técnico em Aquicultura. Ele se formou em 2024.
A aquicultura consiste no cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá total ou parcialmente em meio aquático.
Marcelino Embana e a Paraíba
O jogador exaltou ainda a recepção que teve na Paraíba, falou ainda da cultura brasileira e que vive a expectativa de poder entrar em campo pela primeira vez como profissional, o que ainda não aconteceu.
— São culturas parecidas, praticamente idênticas, a cultura da Guiné-Bissau e do Brasil. A cultura da África está ligada à cultura brasileira. Tem muitos estrangeiros aqui. O futebol da Paraíba é muito rico, o povo é muito acolhedor. A linguagem do futebol é universal, a linguagem da amizade — finalizou.
Guiné-Bissau faz parte da África e é um dos nove países lusófonos do planeta. Teve a sua independência de Portugal declarada em 24 de setembro de 1973. A população do país é de cerca de 2 milhões de pessoas.
No Brasil, o guineense Embana se prepara para mais uma rodada do Campeonato Paraibano. No domingo, a Picuiense encara o Campinense pela 4ª rodada do estadual. O jogo terá transmissão do Jornal da Paraíba.