Uma mãe de 43 anos registrou um boletim de ocorrência por preconceito de raça ou cor após sua filha de 12 anos sofrer agressões e xingamentos racistas dentro de uma escola municipal em Novo Horizonte, interior de São Paulo. Segundo o relato da mãe à polícia, cinco alunos do ensino fundamental teriam então cometido os atos de violência.
Os agressores atacaram a menina, que possui a pele negra e os cabelos trançados, jogando terra e fezes de gato em seu uniforme, além de chamá-la de “macaca”, “cabelo de bombril” e “capacete de astronauta”. A mãe ainda relatou que os estudantes jogaram a filha ao chão e a pisotearam.
“Minha filha chorava muito. Não quero que nenhuma criança sinta o que a minha sentiu. Para que nunca mais uma mãe chore como eu chorei ao ver minha filha naquela situação. Quero justiça”, desabafou a mãe.
Consequências
Diante da gravidade dos acontecimentos, a mulher solicitou medidas protetivas para a filha, e a Justiça concedeu. A vítima também foi submetida a um exame de corpo de delito. De acordo com a advogada da família, Kelly Ranolfi, os cinco estudantes agressores estão proibidos de se aproximar da menina e devem manter uma distância de 100 metros dela.
A advogada explicou que, embora os agressores estejam proibidos de se aproximar da vítima, a supervisão da escola é fundamental para garantir a segurança da menina dentro do ambiente escolar. Se os agressores descumprirem a medida protetiva, as autoridades podem encaminhá-los para a Fundação Casa.
Na delegacia, a menina prestou então depoimento e confirmou que não é a primeira vez que sofre agressões verbais devido à cor de sua pele. “Eu me sinto triste. Minha cor e meu cabelo. Isso dói muito. Eles me xingaram, me humilharam, me chamaram de ‘macaca'”, desabafou a menina.
Em nota, a escola Hebe de Almeida Leite Cardoso negou que se trate de um caso de racismo e informou que está apurando os fatos com documentos e testemunhas. A Polícia Civil da cidade está investigando o caso para esclarecer os acontecimentos e tomar as medidas cabíveis.