Jacqueline Nunes e do filho Kailan Nunes passam bem e agora estão no convívio da família — Foto: Divulgação/Governo Alagoas

Jacqueline Nunes, mulher grávida que sobreviveu ao capotamento de um ônibus que deixou 18 mortos na Serra da Barriga, em Alagoas, recebeu alta junto de seu bebê após um parto de emergência. No oitavo mês de gestação, ela ficou ferida no acidente que deixou vítimas entre 5 e 84 anos. O bebê, que ganhou o nome de Kailan Nunes, foi liberado com a mãe.

Após o acidente, ela foi resgatada por um capoeirista da região, que a retirou do local. A vítima foi rapidamente encaminhada ao Hospital Regional da Mata, onde os profissionais da unidade constataram a necessidade de um parto de emergência para salvar as vidas da mãe e do bebê.

— Eu fui uma guerreira, uma guerreira mesmo. De ter subido aquilo tudo e ter passado por tudo isso. O bebê estava com uma aceleração [nos batimentos cardíacos] muito forte e a equipe médica optou pela cesariana. Foi tudo muito rápido, não foi nem meia hora. Eu só tenho a agradecer por tudo. Todos foram anjos da guarda na minha vida. Graças a Deus deu tudo certo — celebrou Jacqueline

O delegado Guilherme Martin Iusten, que investiga a queda de um ônibus de uma ribanceira na Serra da Barriga (AL), confirmou que motorista Luciano de Queiroz de Araújo, de 47 anos, havia relatado para a esposa, Maria das Graças de Araújo, problemas no funcionamento do veículo. Em entrevista a uma TV local, a viúva relatou que o marido era conhecido na cidade pelo apelido de “Mão Cheia” por sua experiência na profissão e dirigia o ônibus terceirizado da prefeitura de União dos Palmares, no interior do estado.

— Tudo isso vai ser averiguado. A gente vai ouvir a esposa, que também relatou essas reclamações, e a perícia realmente vai constatar tudo — disse o delegado Guilherme Iusten ao GLOBO.

Durante entrevista à TV Pajuçara, Maria afirmou que o marido relatava que o veículo tinha “mangueira quebrada” e estava “sempre na oficina”. Horas antes do ocorrido, ele também teria dito que o ônibus “não ia subir” a serra neste domingo.

— Eu falei para ele “não vai, esposo”. AÍ ele disse “é meu trabalho, eu preciso botar o pão de cada dia em casa para vocês”. E aonde chegou a vida dele? — disse ela.

Em um áudio que circula nas redes sociais, que teria sido enviado por Luciano à mulher, o motorista também conta sobre uma ocasião em que teve que esperar conserto da embreagem do ônibus.

— Eu estou aqui na garagem, o carro quebrou a embreagem e estou aqui para o menino soldar. Eu andei sem embreagem — diz o áudio.

Questionado sobre as reclamações do motorista, o delegado respondeu que os investigadores souberam dos relatos de Luciano de “maneira oficiosa”. No entanto, ele ainda afirmou o veículo foi inspecionado no dia 13 de outubro e que “não foi relatado nenhum tipo de anormalidade nele”. Ainda de acordo com ele, também estão sendo analisadas as documentações do ônibus e do motorista.

— Ontem, imediatamente após essa tragédia, a perícia oficial se fez presente no local do acontecido e está reunindo elementos para poder fornecer a gente um laudo conclusivo apontando qualquer tipo de falha técnica. As testemunhas, que ouviram algo que possa contribuir para essa apuração, serão ouvidas, como o caso dessa senhora — disse ele.

De acordo com informações da Polícia Civil, o ônibus subia Serra da Barriga com destino ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, onde acontece o projeto Pôr do Sol na Serra, com atrações artísticas e culturais, todos os domingos de novembro, em celebração ao mês da Consciência Negra.

Segundo informações da mídia local, por volta de 14h deste domingo, o motorista do veículo teria perdido o controle da direção após uma falha mecânica, o que teria provocado a queda da ribanceira por cerca de 112 metros.

O veículo transportava 48 pessoas, das quais 16 morreram no local, 31 foram socorridas e uma morreu a caminho do atendimento hospitalar. Uma parte das vítimas foi encaminhada para o Hospital Regional da Mata, onde uma mulher grávida resgatada não resistiu aos ferimentos e morreu sob atendimentos médicos.

O restante foi direcionado para o Hospital Geral do Estado, onde uma criança de cinco anos faleceu em decorrência dos ferimentos. De acordo com informações do Instituto Médico Legal, um menino de 9 anos morreu após o choque causado pelo acidente.

O Globo

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