A Secretaria Nacional de Políticas Penais, vinculada ao Ministério da Justiça, iniciou uma nova etapa para reforçar a segurança externa da Penitenciária Federal de Mossoró. Nesta quarta-feira, 24 de julho, foi aberta uma licitação com esse propósito, conforme publicado no Diário Oficial da União (DOU).
Em fevereiro deste ano, a unidade registrou a primeira fuga de sua história, marcada pela evasão dos detentos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça. A fuga desses dois presos, membros do Comando Vermelho, colocou em evidência a necessidade de melhorias na segurança da penitenciária. Após 50 dias foragidos, os fugitivos foram recapturados por policiais rodoviários federais no Pará e retornaram à prisão em Mossoró.
Detalhes da Licitação
A licitação busca contratar uma empresa especializada em engenharia para realizar obras de reforço na segurança externa do presídio. O edital prevê a construção e reforma de muros, passarelas, torres de vigilância, casa de força e posto de controle. A entrega das propostas ocorre nesta quarta-feira, enquanto a abertura delas será no dia 12 de agosto. A empresa vencedora fornecerá materiais, mão-de-obra qualificada e equipamentos necessários para as obras. O edital lista 14 itens de serviços que serão executados pela empresa contratada.
Além disso, há cerca de duas semanas, o Ministério da Justiça nomeou Roderick Ordakowski como novo diretor efetivo da Penitenciária Federal de Mossoró, indicando um esforço contínuo para reforçar a segurança e a gestão da unidade.
A Fuga
A fuga de Rogério e Deibson aconteceu no dia 14 de fevereiro, uma Quarta-Feira de Cinzas. Os presos, originalmente do Acre, estavam na unidade desde setembro de 2023. Esta fuga foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal do Brasil, que inclui outras unidades em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Para escapar, os detentos abriram uma passagem atrás de uma luminária e cortaram duas cercas de arame. As investigações revelaram que eles utilizaram ferramentas de uma obra em andamento na penitenciária. Logo após a fuga, autoridades locais e federais criaram uma força-tarefa composta por agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar.
Caçada e Recaptura
Nos primeiros dias após a fuga, Rogério e Deibson invadiram casas e fizeram por fim uma família refém. A Polícia Federal informou que uma facção criminosa ajudou os fugitivos, pagando R$ 5 mil ao dono de uma fazenda que auxiliou na fuga. Os detentos conseguiram sair do Rio Grande do Norte e, no dia 18 de março, usaram um barco pesqueiro para viajar de Icapuí (CE) até a Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará.
A viagem pela costa brasileira durou seis dias, e os fugitivos chegaram a Belém no dia 24 de março. Finalmente, no dia 4 de abril, policiais rodoviários federais recapturaram Deibson e Rogério em Marabá (PA).