O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, mas permaneceu em silêncio diante dos investigadores que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado. O advogado Fabio Wajngarten, que acompanhou Bolsonaro durante o depoimento, divulgou a informação. Bolsonaro ficou menos de meia hora na sede da PF.

Em entrevista, Wajngarten afirmou então que o ex-presidente “nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista”. Ele explicou que o silêncio durante o depoimento não foi apenas uma utilização do exercício constitucional do silêncio, mas sim uma estratégia devido à falta de acesso da defesa a todos os elementos que embasam as acusações contra Bolsonaro.

“A defesa não teve acesso a todos os elementos por quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos”, afirmou o advogado.

A defesa de Bolsonaro destacou que o ex-presidente não recusa a prestar depoimento, mas afirmou que isso acontecerá assim que garantirem o acesso solicitado. “Não sendo demais lembrar que jamais se furtou ao comparecimento perante a autoridade policial quando intimado”, diz o comunicado da defesa.

Além de Bolsonaro, outros investigados também compareceram à PF para prestar depoimento. Entre eles estão o ex-ministro e candidato a vice-presidente pelo PL nas eleições de 2022, Walter Souza Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Alguns dos investigados ficaram em silêncio durante o depoimento, conforme suas defesas.

Silêncio nos depoimentos

Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Parte da investigação envolve uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022, na qual Bolsonaro teria mencionado a necessidade de agir antes do resultado das eleições. Os advogados de Bolsonaro negam que o ex-presidente tenha pensado em golpe.

Os investigadores também convocaram depoimentos em outras cidades do país como parte das investigações. A defesa de Bolsonaro tem solicitado acesso aos autos da investigação e às mídias digitais, mas até o momento não obteve autorização para isso.

Blog do Halder

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