Uma mãe da cidade de Bournemouth, na Inglaterra, tem vivido um verdadeiro pesadelo desde que sua filha, Iyla-Mae, de 2 anos, ficou doente, em meados de julho deste ano. Tudo começou numa tarde comum, quando a menina voltou da creche com sintomas característicos de uma virose. Mas, diferentemente de ocasiões anteriores, o vômito persistiu e, apenas quatro dias depois, a pequena acordou chorando, incapaz de se mover.

Desesperada, a mãe da garotinha, Paige Coneley, de 27 anos, ligou para o NHS, o sistema público de saúde do Reino Unido, e a orientaram levar a filha direto ao pronto-socorro. No hospital, os médicos fizeram uma tomografia computadorizada do cérebro de Iyla-Mae e detectaram sinais de que ela estava sofrendo convulsões.

Diante desse quadro, transferiram a pequena para uma unidade especializada no Southampton General Hospital, onde os médicos confirmaram que a menina sofreu uma trombose do seio venoso cerebral – uma forma rara de acidente vascular cerebral (AVC) que afeta cerca de uma em cada 100.000 pessoas por ano, segundo informações do tabloide britânico Daily Mail.

Iyla-Mae, de 2 anos
Iyla-Mae, de 2 anos, sofreu uma trombose do seio venoso cerebral – uma forma rara de acidente vascular cerebral (AVC) — Foto: Reprodução/GoFundMe

Trombose venosa cerebral

De acordo com a Sociedade Brasileira de AVC, a trombose venosa cerebral ocorre quando um coágulo sanguíneo entope uma ou várias veias, chamadas seios venosos, que são os vasos responsáveis pela drenagem de sangue do cérebro. Esse entupimento pode causar edema (inchaço) cerebral e diminuir o fluxo de sangue para determinada área do cérebro, dificultando a oxigenação. Foi o que aconteceu com Iyla-Mae, que sofreu danos neurológicos significativos. Ao Daily Mail, Paige disse que a filha teve de “aprender a fazer tudo de novo, do zero”.

Em meados de julho, a menina passou por uma cirurgia para reduzir o fluido em seu cérebro e permaneceu em tratamento intensivo por quatro dias, antes de ser transferida para a ala neurocirúrgica do Hospital Infantil de Southampton, onde ficou internada por 16 semanas. Nesse período, Paige chegou a ser alertada pelos médicos de que havia a possibilidade de a filha sofrer um segundo AVC e de ocorrer mais sangramento no cérebro dela.

Quando recebeu essa notícia, Paige ficou desnorteada. “Peguei uma cadeira e me sentei ao lado da cama dela, segurei sua mão e sussurrei em seu ouvido: ‘Mamãe precisa de você mais do que você precisa de mim, vamos, querida'”, contou ao tabloide britânico. “Fechei os olhos e tudo o que conseguia imaginar era eu planejando seu funeral”, acrescentou.

Paige Coneley, de 27 anos, ao lado da filha
Paige Coneley, de 27 anos, ao lado da filha, antes de ela ficra doente — Foto: Reprodução/Daily Mail

Anticoagulantes e medicamentos anticonvulsivantes

Após a operação bem-sucedida, Iyla-Mae tomou anticoagulantes e medicamentos anticonvulsivantes por seis meses e começou a passar por uma reabilitação intensa. “Eles [a equipe médica] a ajudaram a ganhar algum controle da cabeça, mas às vezes ela cai”, afirmou a mãe. Outras tarefas de reabilitação incluíram ensinar a garotinha a apertar botões em seus brinquedos. Especialistas em fala e linguagem também têm acompanhado Iyla-Mae no seu processo de recuperação.

“Ela não consegue andar, não consegue sentar ou ficar de pé sozinha, não consegue se alimentar, não consegue falar e tem que ficar sentada em uma cadeira o tempo todo”, lamentou a mãe. “Eu tenho que fazer tudo por ela”, acrescentou.

Iyla-Mae recebeu alta do Hospital Infantil de Southampton há uma semana, no dia 7 de novembro, e a equipe médica que a ajudou por cerca de cinco meses a recebeu com aplausos. Mas a jornada para sua recuperação continua! A mãe dela criou uma vaquinha online para financiar o tratamento da menina.

“A fisioterapia é fundamental para sua recuperação, especialmente nestes primeiros meses cruciais. Embora o NHS tenha sido incrível, e não poderíamos ter chegado tão longe sem eles, Iyla-Mae precisa de fisioterapia intensiva, que terá de ser financiada de forma privada”, escreveu Paige na página do GoFundMe. “Quero fazer tudo o que puder para ter minha garotinha de volta”, completou.

AVC em crianças

“AVC em criança é uma coisa rara, a chance é de 1 em 4 mil. Mas, normalmente, há alguma doença por trás. Aí começa o desafio da equipe médica para tentar encontrar a razão”, explica o neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR).

As sequelas do AVC infantil podem ser tanto motoras quanto cognitivas, dependendo da região do cérebro que foi atingida. Elas podem se apresentar como:

Revista Crescer

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