Insulina
Cientistas de farmacêutica testaram novo tipo de hormônio que consegue ‘ligar’ e ‘desligar’ de acordo com as demandas do organismo – Foto: sweetlifediabetes/Unsplash

Imagine uma insulina que pode “ligar e desligar” automaticamente, de acordo com os níveis de glicose no sangue. Esse é o conceito por trás de uma nova insulina inteligente desenvolvida por pesquisadores da Novo Nordisk, companhia farmacêutica dinamarquesa. Testaram ela em ratos recentemente, e um estudo que descreve os resultados publicaram na revista Nature.

Para pessoas com diabetes, o maior desafio na administração de insulina é o risco de hipoglicemia, que ocorre quando o açúcar no sangue cai para níveis perigosamente baixos.

A Insulina

A insulina é essencial para controlar a glicose e evitar complicações graves como doenças cardíacas, insuficiência renal, derrames e perda de visão.

No entanto, administrar a quantidade certa de hormônio pode ser complicado, especialmente em pessoas com diabetes tipo 1, que podem sofrer quedas de glicose várias vezes por semana. Falta de açúcar no sangue pode acarretar problemas como perda de visão e convulsões.

Por isso, uma das abordagens mais comuns era desenvolver compostos que liberassem a insulina no sangue quando os níveis de glicose subisse. Mas o grande problema desse método é que, uma vez liberada, ela não poderia ser controlada.

Assim, cientistas criaram a insulina NNC2215, que conta com um “interruptor”. Ele consiste em uma estrutura em forma de anel chamada macrociclo e uma molécula derivada da glicose, um glicosídeo.

O glicosídeo se liga ao anel quando os níveis de glicose no sangue são baixos, o que mantém o hormônio inativa. Então, quando esses níveis aumentam, o açúcar desloca o glicosídeo, ativando a insulina.

A NNC2215 seria tão ineficaz quanto a insulina comum, mas ela evita as quedas bruscas de glicose e é a primeira insulina do tipo a responder diretamente aos níveis de glicose, e não a outros açúcares.

Apesar disso, pesquisadores alertam que o estudo avaliou a insulina em uma faixa de glicose mais ampla do que o encontrado em humanos normalmente, e em testes futuros será preciso considerar questões de segurança e de custo da nova molécula.

No Brasil, mais de 16,8 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos convivem com diabetes, o que representa mais de 10% da população. Segundo dados do Ministério da saúde, cerca 6,5 milhões de usam o hormônio para controlar a glicemia.

Galileu

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