Um grave caso de intoxicação por álcool adulterado abalou Istambul, a maior cidade da Turquia, com 23 mortes registradas em menos de 48 horas e mais de 30 pessoas em estado crítico sob cuidados intensivos. As autoridades locais divulgaram a informação na última quarta-feira, 15 de janeiro.
O incidente teve início na última segunda-feira, quando as vítimas ingeriram álcool adulterado com metanol, um composto químico altamente tóxico usado na indústria e diferente do etanol, encontrado em bebidas alcoólicas legítimas.
Aumento das mortes por álcool adulterado
O consumo de álcool adulterado é um problema recorrente na Turquia, especialmente após o aumento expressivo nos impostos sobre bebidas alcoólicas, o que estimulou a produção clandestina. Apenas no ano passado, 48 pessoas morreram devido à ingestão de bebidas contrabandeadas em Istambul, segundo registros oficiais.
Em resposta ao caso mais recente, o governador de Istambul informou que revogou as licenças de 63 estabelecimentos que vendiam álcool contrabandeado. Além disso, as autoridades intensificaram as investigações para identificar os responsáveis pela produção e distribuição desse tipo de produto.
Impostos e controvérsias políticas
Donos de lojas especializadas em bebidas alcoólicas apontam o aumento das taxas como um dos principais fatores que impulsionam a venda de álcool clandestino. A alta tributação, segundo eles, torna o consumo de bebidas legais inacessível para boa parte da população, fomentando o mercado ilícito.
Atualmente, a política de aumento de impostos é defendida pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um crítico frequente do consumo de álcool e tabaco. Conhecido por suas convicções religiosas e acusado por opositores de tentar islamizar a sociedade turca, Erdogan tem endurecido as restrições ao consumo de bebidas alcoólicas ao longo de sua gestão.
Riscos do metanol e a busca por soluções
O metanol, frequentemente usado na fabricação de álcool falsificado, é extremamente perigoso para a saúde humana. A ingestão pode levar a envenenamento grave, causando sintomas como vômitos, dores abdominais, visão turva, coma e até a morte.
Especialistas em saúde pública alertam para a necessidade de medidas mais eficazes para combater a produção clandestina. Dessa maneira, educando a população sobre os riscos do consumo de bebidas não regulamentadas.
Sendo assim, a situação em Istambul reacende o debate sobre a regulamentação do mercado de álcool e os impactos das políticas governamentais na saúde pública e segurança dos cidadãos.