A BR-116, conhecida como “Rodovia Santos Dumont”, conecta o Ceará ao Rio Grande do Sul, atravessando diversas regiões do Brasil. Com uma extensão de mais de 4.500 km, ela desempenha papel crucial no transporte de cargas e passageiros. No entanto, a rodovia também ostenta um triste título: a mais letal do país. Em 2023, foram registrados 740 óbitos, e esse número já foi superado em 2024, com 763 mortes até o momento, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Fatores que tornam a BR-116 perigosa
- Infraestrutura ultrapassada
Muitos trechos da BR-116 possuem pista simples, curvas acentuadas e subidas íngremes, especialmente em áreas como o Vale do Mucuri e o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Essas características aumentam o risco de colisões frontais e acidentes fatais.
Embora existam projetos de duplicação em andamento, especialmente no Nordeste, a rodovia carece de modernização em grande parte de sua extensão. - Falta de fiscalização e equipamentos modernos
A fiscalização deficiente agrava os riscos. Trechos críticos da rodovia, como o km 286, onde ocorreu um grave acidente em outubro de 2024, perderam radares devido à falta de renovação de contratos. Sem equipamentos como radares Doppler, que oferecem maior precisão, a segurança fica comprometida. - Fluxo intenso de veículos pesados
A BR-116 é rota importante para o transporte de cargas, incluindo materiais perigosos como granito. O fluxo intenso de caminhões eleva os riscos de acidentes, como colisões traseiras e ultrapassagens perigosas. - Imprudência de motoristas
Aumento de viagens no final do ano, imprudência nas ultrapassagens e falta de respeito à distância de segurança contribuem para o número elevado de acidentes. A mistura de ônibus interestaduais, carretas e veículos de passeio torna a rodovia ainda mais perigosa. - Altos custos de melhorias
A duplicação de pistas em áreas montanhosas, como em Minas Gerais, é um processo caro e complexo. A necessidade de desapropriações e movimentações de solo dificulta avanços significativos.
Acidente em Minas Gerais ilustra os riscos
No dia 21 de dezembro de 2024, um grave acidente envolvendo um ônibus, uma carreta carregada de granito e um carro no km 286 da rodovia resultou em 41 mortes. O desprendimento de uma pedra de granito provocou o incêndio do ônibus, que transportava passageiros de São Paulo para a Bahia. O evento destaca os riscos associados ao transporte de cargas pesadas e à infraestrutura precária da BR-116.
Soluções possíveis
- Duplicação das pistas: Trechos duplicados reduzem as chances de colisões frontais.
- Instalação de radares modernos: Equipamentos como os radares Doppler poderiam aumentar a fiscalização e prevenir acidentes.
- Educação e conscientização: Campanhas de segurança viária são essenciais para reduzir imprudências.
- Manutenção e modernização da infraestrutura: Melhorias no pavimento e sinalização podem diminuir os riscos.
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