Em um alarmante alerta divulgado nesta quarta-feira, 14 de novembro, uma equipe internacional de especialistas previu que quase cinco vezes mais pessoas podem perder a vida devido ao calor extremo nas próximas décadas, a menos que medidas significativas sejam tomadas para combater as mudanças climáticas. O relatório Lancet Countdown, que monitora os impactos das mudanças climáticas na saúde, destacou que o uso contínuo de combustíveis fósseis representa uma ameaça significativa à saúde humana.

Segundo o estudo, que envolveu 114 cientistas de 52 centros de pesquisa e agências da ONU em todo o mundo, secas mais comuns colocarão milhões de pessoas em risco de fome. Além disso, o aumento na propagação de mosquitos, impulsionado pelo clima mais quente, levará a um aumento nas doenças infecciosas. Os sistemas de saúde enfrentarão desafios sem precedentes para lidar com o aumento de pacientes relacionados às mudanças climáticas.

Calor extremo em 2023

O ano corrente está a caminho de se tornar o mais quente da história. Isso conforme declarado pelo monitor climático europeu na semana passada, que destacou que outubro foi o mês mais quente registrado até agora.

O relatório ressalta a urgência do problema antes das conversações climáticas COP28 em Dubai no final deste mês, que incluirão pela primeira vez um “dia da saúde” em 3 de dezembro, focando nos impactos do aquecimento global na saúde.

Apesar dos apelos crescentes por ação global, o relatório Lancet Countdown destaca que as emissões de carbono relacionadas à energia atingiram novos patamares em 2022. O documento também aponta para enormes subsídios governamentais e investimentos de bancos privados em combustíveis fósseis, contribuindo para o aquecimento do planeta.

Em 2022, as mudanças climáticas tornaram 60% dos 86 dias mais quentes, expondo pessoas globalmente a temperaturas potencialmente fatais. O número de mortes de pessoas com mais de 65 anos devido ao calor aumentou 85% entre 1991-2000 e 2013-2022.

Projetam-se um aumento de 370% nas mortes anuais relacionadas ao calor extremo até 2050. Isso num cenário de aumento de dois graus Celsius até o final do século (atualmente em trajetória para 2,7ºC). Além disso, mais 520 milhões de pessoas sofrerão de insegurança alimentar moderada ou grave até meados do século.

Preocupação

Conforme o relatório destaca, a preocupação das cidades em relação ao impacto das mudanças climáticas em sua capacidade de resposta, com mais de 1/4 das cidades analisadas.

Diante do avanço insuficiente nas emissões globais, a diretora executiva do Lancet Countdown, Marina, alertou que a ênfase na saúde durante as negociações sobre alterações climáticas pode se tornar apenas “palavras vazias”, sublinhando a necessidade de ações mais vigorosas para combater a crise climática.

Blog do Halder

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