
A ex-panicat Ana Paula Leme, de 47 anos, foi detida pela terceira vez em nove meses, após causar transtornos em uma loja em Campinas (SP). A detenção aconteceu na Rua Jorge Figueiredo, no Taquaral, na noite desta segunda-feira, 28 de abril.
Segundo a Polícia Militar (PM), acionaram uma equipe porque uma cliente estaria “visivelmente alterada” e discutindo com clientes.
Ainda de acordo com a PM, ela recebeu voz de prisão, mas ofereceu resistência e não quis se identificar. Porém, os policiais reconheceram a ex-panicat e a levaram ao 1º Distrito Policial de Campinas.
Na viatura, ela conversava com a equipe com falas desconexas. Ao chegar na delegacia, ela aparentava estar alterada, falando alto com os policiais.
Ana Paula Leme assinou um termo circunstanciado por desacato, a ouviram e liberaram.
O que diz a defesa
A advogada Caroliny Chang Rodrigues questionou a detenção e afirmou que a cliente passa por uma situação de “estigma social” por conta dos episódios recentes de embriaguez ao volante, ao qual um deles até gerou uma condenação no ano passado.
“Esclarece-se, de modo categórico, que não houve qualquer prática de infração penal. A cliente, embora exaltada em razão do estado etílico e da abordagem, não ofereceu resistência física, tampouco foi flagrada em situação que justifique juridicamente sua detenção. É importante destacar que o histórico anterior da cliente – relacionado a outros episódios de embriaguez ao volante, já resolvidos judicialmente – não podem servir como estigma social nem justificar perseguições ou abordagens desproporcionais”, diz o texto da nota.
Ainda segundo a defesa, a presença da Polícia Militar na loja foi acionada “por terceiros” e os agentes de segurança, “equivocadamente”, presumiram que ela estaria conduzindo veículo automotor – o que, de acordo com a advogada, não é verdade, já que ela estava a pé.
Caroliny Chang Rodrigues ainda aponta “inadequação da abordagem policial”, considerando que, segundo ela, “a jurisprudência tanto do Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reafirma que, para que haja o dolo necessário para a caracterização do crime de desacato, o acusado deve ter plena consciência e intenção deliberada de se opor à autoridade”.
“O estado de embriaguez severa da cliente afetou diretamente a sua capacidade de agir intencionalmente. O que exclui o dolo e afasta a configuração desses crimes”, completou a defensora.
Outras prisões

Ana Paula responde em liberdade depois de a flagrarem dirigindo embriagada em Campinas. Após a segunda prisão, a Justiça determinou medidas cautelares, como a suspensão da CNH por 6 meses e o recolhimento domiciliar noturno.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), determinaram fiança de R$ 1,5 mil para Ana Paula, além das seguintes medidas:
- Comparecimento mensal em juízo para informar e justificar atividades;
- Proibição de ausentar-se da Comarca enquanto tramitar o processo criminal;
- Recolhimento domiciliar no período noturno;
- Suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor da indiciada, pelo prazo de 6 meses.
A ex-panicat dirigia um Jeep Renegade pela Rua Jorge de Figueiredo Corrêa, na Chácara Primavera. Segundo a Polícia Militar, “a alteração da capacidade psicomotora ficou provada pela prova testemunhal”. A prenderam em flagrante e levaram ao 1º Distrito Policial.
“As testemunhas são policiais militares que surpreenderam a imputada quando conduzindo o veículo […] com a capacidade psicomotora alterada, em razão da ingestão de álcool”, detalhou o boletim de ocorrência.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Ana Paula não pagou a quantia da fiança, mas a liberaram após passar por uma audiência de custódia.
A ex-panicat, que soma 185 mil seguidores em uma rede social, participou da 1ª edição do reality Casa Bonita, no Multishow, e foi eleita Miss Reef Brasil, além de ter participado do Concurso Sereias. Também manteve por um período uma conta em uma plataforma de venda de conteúdo adulto.
Presa e condenada por desacato

No dia 20 de julho de 2024, prenderam Ana Paula Leme pela primeira vez por embriaguez ao volante, desacato, ameaça e injúria no bairro do Cambuí.
Primeiro, em uma loja de conveniência, ela teria humilhado uma funcionária a chamando de “vaca gorda”. Chamaram então a Polícia Militar.
Depois, segundo os policiais, ela se envolveu em uma nova confusão ao discutir com dois agentes e chutar um deles na genitália. Registraram a cena em um vídeo. Tudo teria ocorrido depois que a ex-panicat também apareceu dirigindo com sinais de que estava sob efeito de álcool.
Em outubro, a condenaram pelos crimes de embriaguez ao volante, resistência à prisão e desacato. Por ser ré primária, a pena imposta foi de um ano e três meses em regime aberto, além da perda do direito de dirigir por dois meses.
À época, em nota ao g1, a advogada da ex-panicat, Caroliny Chang Rodrigues, afirmou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ-SP) pedindo a absolvição da cliente “por entender que a condenação não se sustenta juridicamente”.