A eliminação do Inter para o Rosario Central, ocorrida finalmente na última terça-feira, pegou de surpresa apenas os desavisados. Para os torcedores mais atentos, a decepção já era esperada, resultado do futebol medíocre, da incapacidade de indignação do time e por fim do histórico recente de fracassos. A atuação apática e pouco criativa no Beira-Rio apenas confirmou essa previsão.

Temporada Atribulada e Desafios à Vista

Antes de mais nada, é importante lembrar que o Inter foi diretamente afetado pelas enchentes de maio, o que comprometeu os planos para 2024. Curiosamente, a equipe “sobreviveu” ao período longe de casa, mantendo-se então na luta por uma vaga no G-6 e viva nas competições. No entanto, com o retorno ao Beira-Rio e a volta dos jogadores selecionáveis, a situação mudou drasticamente.

Campanha Constrangedora na Sul-Americana

A campanha na Sul-Americana foi marcada por um constrangimento absoluto. O Inter ficou em segundo lugar em um grupo composto por Belgrano, Delfín e Tomayapo. Na repescagem da segunda divisão da América, caiu para o 11º colocado do campeonato argentino. Contudo o futebol apresentado nos 180 minutos não mereceu mais do que a eliminação. Exceto pelo ímpeto inicial nos dois tempos, a apatia dominou o jogo da equipe. O fervor dos colorados manifestou-se somente no empurra-empurra com os argentinos segundos antes do apito final.

O trio Alan Patrick, Borré e Valencia não conseguiu superar os defensores do Rosario Central. O camisa 10 está irreconhecível, enquanto a aparente displicência de Enner Valencia irrita os torcedores. Embora tenha jogado pouco, o colombiano foi o mais lúcido em campo entre os três e declarou que o Inter vai brigar no Brasileirão por uma vaga na Libertadores. Será mesmo?

Pressão e Descontentamento da Torcida

Os jogadores parecem temer arriscar ou tentar o diferente quando jogam em casa. Em algumas ocasiões, a torcida pressiona tanto que, inconscientemente, pode jogar contra. Esse ambiente pesado abala o mental dos jogadores em campo. Renê se tornou alvo das vaias ainda no primeiro tempo, após o gol sofrido.

Os torcedores têm motivos para estarem frustrados. O retorno ao Beira-Rio, que deveria ser motivo de comemoração, se transformou em uma série de decepções. Derrotas para Vasco e Juventude e a eliminação na Sul-Americana contribuíram para o desânimo. Desde 2021, os colorados testemunharam oito eliminações no Beira-Rio, enfrentando equipes como Central, Juventude, Fluminense, América-MG, Caxias, Melgar, Olímpia e Vitória.

Direção em Crise e Mudanças Necessárias

A direção do clube apostou fichas em jogadores que pouco entregaram e confiou cegamente em Eduardo Coudet, que foi responsável pela fragilidade física, técnica e coletiva do time. Coudet exigiu várias peças, exceto Oscar, e até interferiu no gramado do Beira-Rio. Sua gestão perdeu o rumo e ele foi demitido.

O Inter passou por quatro jogos de mata-mata com três técnicos diferentes. Pablo Fernandez, interino, atuou em dois desses duelos. A tentativa de contratar Sergio Conceição foi uma piada de mau gosto, atrasando a chegada de Roger, o menos culpado no processo. A crise nos bastidores se intensifica, com o departamento de futebol em ebulição. Felipe Becker, vice de futebol, e Magrão, diretor esportivo, estão na corda bamba.

Desafios e Expectativas no Brasileirão

O Inter precisa somar 45 pontos no Campeonato Brasileiro para evitar um vexame ainda maior. Pensar apenas na pontuação necessária para garantir a permanência na Série A pode parecer alarmismo, mas como confiar no time? A sequência de jogos inclui confrontos difíceis contra Bahia, Palmeiras e Athletico, além de partidas atrasadas.

O planejamento para a janela de transferências deve mudar, com uma possível pequena reformulação no elenco. Jogadores como Vitão, Robert Renan, Aránguiz, Matheus Dias e Alario podem sair, cada um por diferentes motivos. Renê já indicou que deixará o clube em dezembro. Será necessário driblar as dificuldades financeiras e reforçar o elenco em quase todos os setores.

Para superar o clima de velório no vestiário, como descrito por Alan Patrick, o grupo precisa dar uma resposta imediata. Roger terá três treinamentos para reorganizar a casa e buscar um recomeço com apenas uma competição em julho.

Blog do Halder

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