Dieta low carb, da expressão baixo carboidrato em inglês, é indicada para todas as pessoas. Ela é benéfica, principalmente, para pessoas diabéticas ou com obesidade, afirma o médico urologista José Carlos Souto. Autor do livro “Uma dieta além da moda”, ele é defensor da mudança de estilo de vida como prevenção de doenças crônicas.
“Eu gosto de pensar na low carb como medicamento que a gente pode usar uma dose menor ou uma dose maior dependendo do problema da pessoa”, diz em entrevista ao podcast Bem Estar.
É possível seguir uma dieta baixa em consumo de carboidratos de diferentes formas, da mais restrita à mais moderada. O médico inclui na lista de carboidratos naturais: frutas e raízes (como batata-doce, mandioca), arroz, milho e feijão. A depender do paciente, pondera, estes são itens que não trazem riscos à saúde, como é o caso de farináceos e açúcar.
“Eu diria que todas as pessoas que estão buscando saúde, pessoas saudáveis, mas que querem continuar saudáveis, deveriam fazer dieta low carb moderada”, comenta.
A dieta cetogênica, por exemplo, é baseada no consumo restrito de carboidratos e é indicada, em geral, para pessoas com problemas metabólicos, psiquiátricos ou neurológicos, sugere o urologista.
Emagrecimento
José Carlos afirma que não são todas as pessoas que precisam restringir todos os carboidratos. No caso de quem tem obesidade, José Carlos alerta que é preciso entender que o carboidrato é açúcar e amido.
Para ele, o lado positivo da dieta low carb é que não é preciso passar fome para ter resultado.
“A diminuição de calorias com dietas low carb é instantânea porque é uma dieta que dá mais saciedade”.
— José Carlos Souto, médico urologista
Quando ele defende a importância de seguir a dieta low carb após o emagrecimento, José Carlos reforça que o processo de perda de peso não é tão difícil quanto a de manter o peso perdido. “Existe uma memória do peso. Então se ela [pessoa] já pesou 100 kg e agora está com 80 kg, o corpo tenta voltar para os 100 kg”, diz.
🥗 Síndrome metabólica
A síndrome metabólica é uma condição de fator de risco para várias doenças crônicas e degenerativas, como câncer, diabetes, doença cardiovascular, gordura no fígado, pressão alta e Alzheimer, diz o médico.
“Combater a síndrome metabólica é a uma das coisas mais importantes que a gente pode fazer na saúde das pessoas para prevenir doenças, e isso é uma das coisas que as dietas de baixo carboidratos fazem de melhor”, alerta.
A síndrome é composta de cinco itens:
- pressão alta;
- glicose elevada;
- HDL (colesterol bom) baixo;
- triglicérides elevados;
- e o aumento da circunferência abdominal.
Para que a pessoa seja diagnosticada com a síndrome metabólica, ela precisa ter três desses itens.
“Eu não acho que ninguém adoece porque está comendo arroz com feijão. Acho que o arroz com feijão dentro de um contexto de um prato que também vai ter uma proteína, vai ter saladas e vai ter legumes, é uma excelente combinação, conclui.