O presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), convocou então os integrantes da área política do governo para uma reunião de emergência nesta sexta-feira, 19 de abril, em Brasília. Segundo informações apuradas pelo blog, o encontro, que estava inicialmente programado para ocorrer pela manhã antes da cerimônia ao Dia do Exército, foi transferido para o horário do almoço.
Está prevista a participação dos seguintes membros:
- Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado;
- José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara;
- Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso Nacional;
- Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais;
- Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social;
- Rui Costa, ministro da Casa Civil.
Durante essa reunião, Lula deverá tomar decisões sobre quando e como receberá o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que solicitou uma audiência com o presidente através de Rui Costa.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava nos Estados Unidos, antecipou seu retorno ao Brasil. Apesar de ter compromissos em São Paulo, ele também pode participar da reunião de emergência.
A convocação dos líderes ocorre em meio à crise no Congresso e ao avanço das chamadas “pautas-bomba”. Entre as preocupações do Planalto estão a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Quinquênio e a relação conturbada com Arthur Lira, presidente da Câmara.
Lira tem expressado insatisfação com a articulação política do governo e chegou a chamar Padilha de incompetente durante uma coletiva de imprensa. Além disso, mencionou a possibilidade de instalar Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), embora tenha descartado a CPI do Judiciário.
Enquanto o governo não está priorizando as pautas de costume, que também estão avançando no Congresso, está atento à aprovação das pautas-bomba, que podem ter impacto fiscal nas contas públicas.
PEC do Quinquênio
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira, 18 de abril, que o governo vai trabalhar então para adiar a votação da PEC do Quinquênio. Esta proposta concede um aumento salarial de 5% a cada cinco anos de serviço para membros do Judiciário bem como do Ministério Público.
Se aprovada, a PEC poderá ter um impacto fiscal estimado em cerca de R$ 42 bilhões, segundo Jaques Wagner, líder do governo no Senado.