
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta segunda-feira, 24 de março, em Tóquio, acompanhado por uma comitiva de ministros e parlamentares, para intensificar laços comerciais com a Ásia. A visita ocorre em meio a um cenário internacional de tensão entre Estados Unidos e China, e busca posicionar o Brasil como parceiro estratégico em novas frentes econômicas.
No Japão, Lula será recebido com honras diplomáticas de primeira categoria, incluindo audiência com o imperador Naruhito. Um dos temas centrais da viagem é a abertura do mercado japonês para produtos brasileiros como carne bovina e itens do agronegócio.
Nesse contexto, entender quais são as maiores empresas do Japão ajuda a dimensionar o potencial dessa parceria e o peso das corporações que influenciam diretamente os rumos da quarta maior economia do mundo.
As maiores empresas japonesas por valor de mercado
O mercado acionário japonês é liderado por empresas de setores variados, com destaque para tecnologia, consumo e serviços financeiros. Confira as líderes em valor de mercado em 2024, conforme o site companiesmarketcap.com:
1. Toyota
Setor: Bens de consumo
Valor: US$ 273,1 bilhões (R$ 1,4 trilhões)
2. Sony
Setor: Bens de consumo
Valor: US$ 121,3 bilhões (R$ 606,4 bilhões)
3. Mitsubishi UFJ Financial
Setor: Financeiro
Valor: US$ 113,0 bilhões (R$ 564,9 bilhões)
4. Keyence
Setor: Tecnologia
Valor: US$ 108,1 bilhões (R$ 540,4 bilhões)
5. Nippon Telegraph & Telephone
Setor: Serviços de comunicação
Market Cap: US$ 106,3 bilhões (R$ 531,5 bilhões)
6. Tokyo Electron
Setor: Tecnologia
Valor: US$ 87,7 bilhões (R$ 438,5 bilhões)
7. Fast Retailing
Setor: Varejo
Valor: US$ 80,3 bilhões (R$ 401,4 bilhões)
8. Shin-Etsu Chemical
Setor: Industrial
Valor: US$ 79,9 bilhões (R$ 399,6 bilhões)
9. Hitachi
Setor: Conglomerado
Valor: US$ 74,8 bilhões (R$ 373,8 bilhões)
10. Mitsubishi Corporation
Setor: Conglomerado
Valor: US$ 71,2 bilhões (R$ 356,2 bilhões)
Empresas como a Toyota e a Sony não apenas lideram em valor de mercado, mas também têm forte presença internacional. A Toyota, por exemplo, é a maior montadora de automóveis do mundo em volume de receita.
As empresas que mais faturam
Embora o valor de mercado seja um indicativo de confiança e projeções de investidores, a receita anual mostra o volume real de negócios gerados. Veja as empresas que lideraram em faturamento nos dados mais recentes disponíveis (2021):
1. Toyota
Setor: Automotivo
Receita: US$ 279,4 bilhões (R$ 1,4 trilhões)
2. Mitsubishi
Setor: Conglomerado
Receita: US$ 153,7 bilhões (R$ 768,5 bilhões)
3. Honda
Setor: Automotivo
Receita: US$ 129,5 bilhões (R$ 647,7 bilhões)
4. Itochu
Setor: Comércio
Receita: US$ 109,2 bilhões (R$ 546,1 bilhões)
5. Nippon Telegraph and Telephone
Setor: Telecomunicações
Receita: US$ 108,2 bilhões (R$ 541,1 bilhões)
6. Mitsui
Setor: Conglomerado
Receita: US$ 104,7 bilhões (R$ 523,3 bilhões)
7. Japan Post Holdings
Setor: Conglomerado
Receita: US$ 100,3 bilhões (R$ 501,4 bilhões)
8. Hitachi
Setor: Conglomerado
Receita: US$ 91,4 bilhões (R$ 456,9 bilhões)
9. Sony
Setor: Conglomerado
Receita: US$ 88,3 bilhões (R$ 441,6 bilhões)
10. ENEOS Holdings
Setor: Petróleo e Gás
Receita: US$ 80,1 bilhões (R$ 400,7 bilhões)
Essas cifras mostram como os conglomerados japoneses mantêm uma base sólida em diversos setores.
Diversidade e inovação: setores estratégicos da economia japonesa
Segundo o Japan External Trade Organization (Jetro), o Japão concentra sua força em áreas como tecnologia, manufatura, farmacêutica e serviços — que incluem bancos, seguros e varejo. O setor de serviços, por exemplo, representa quase 70% do PIB japonês.
Além disso, a indústria automobilística japonesa, com marcas como Toyota e Honda, é a segunda maior do mundo. Já no setor de tecnologia, empresas como Keyence e Tokyo Electron lideram em inovação, especialmente em automação e semicondutores.
Potenciais sinergias com o Brasil
A visita de Lula ao Japão ocorre em um momento oportuno para o fortalecimento das relações bilaterais. A abertura do mercado japonês para produtos brasileiros do agronegócio, como a carne bovina, é uma das apostas do governo brasileiro. Em contrapartida, há interesse em atrair investimentos japoneses para setores como infraestrutura, energia e tecnologia.
Além disso, o Japão pode ser um aliado relevante para o Brasil no equilíbrio das tensões comerciais globais, ao diversificar suas parcerias econômicas e tecnológicas.