Com um rigoroso esquema de segurança, as autoridades transferiram então o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, de Brasília para o presídio federal de Campo Grande na manhã desta quarta-feira, 27 de março. A PPF conduziu a operação, e Brazão desembarcou por volta das 10h40 no Aeroporto Internacional de Campo Grande.
A transferência ocorre após mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra Chiquinho Brazão, bem como seu irmão Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, este último suspeito de atrapalhar as investigações. Eles também transferirão Domingos Brazão para outro presídio de segurança máxima. Enquanto isso Rivaldo Barbosa permanece detido na Penitenciária Federal de Brasília.
Os envolvidos no caso Marielle
Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão são acusados de envolvimento no caso Marielle. Espera-se que Ronnie Lessa, ex-policial militar preso então desde 2019 pelo assassinato de Marielle, seja transferido nos próximos dias. Contudo Lessa, que cumpre pena no presídio federal de Campo Grande, foi quem delatou os irmãos Brazão, fornecendo detalhes sobre o crime.
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes homologou a delação premiada de Ronnie Lessa. Lessa revelou que os mandantes fazem parte de um grupo político influente no Rio de Janeiro, com interesses em diversos setores do Estado.
Essas prisões fazem parte da Operação Murder, Inc., deflagrada pela PF em conjunto com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do RJ. Domingos Brazão é atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e Chiquinho Brazão é um conhecido político com influência na região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. As investigações estão analisando Rivaldo Barbosa por obstrução da justiça, e ele tinha ligações com a família de Marielle.