Dez candidatos disputam a Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano. Quem sair vitorioso das urnas no próximo dia 6 de outubro terá à disposição em janeiro do ano que vem R$ 119 bilhões, o maior orçamento da história da cidade. Para controlar esse dinheiro, os candidatos têm investido pesado na campanha. Mas, afinal, você sabe quanto custa disputar cada voto e quanto cada candidato investiu na corrida eleitoral?
O limite de gastos no 1º turno de cada campanha é de R$ 67,2 milhões. Em caso de 2º turno, o valor máximo que um candidato pode gastar é R$ 26,9 milhões. Os valores foram definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e estão no Divulgacand, portal em que o TSE tem publicado as informações relativas às candidaturas em todo Brasil.
Os gastos da campanha eleitoral são bancados – quase em sua totalidade – com dinheiro público. Os candidatos que desrespeitaram os limites de gastos fixados para cada campanha terão de pagar multa equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o teto definido, e podem ser enquadrados no crime de abuso de poder econômico.
O Terra consultou a prestação de contas dos candidatos para saber as receitas e despesas. Guilherme Boulos (PSOL) é o candidato que tem o maior volume de dinheiro disponível para gastar na campanha. Apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e financeiramente por oito partidos (PSOL, PT, PDT, Rede, PCdoB, PV, PCB e PMB), o psolista tem R$ 65,6 milhões em receitas.
O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tenta a reeleição com o segundo maior investimento. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como maior cabo eleitoral e financeiramente sendo ajudado por 11 partidos (PP, MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Pode, Avante, PRD, PMN, e União Brasil), o emedebista tem R$ 42,2 milhões para gastar até o dia 5 de outubro.
O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) disputa o comando da capital sem um apoio eleitoral de peso. Disputando a preferência dos eleitores paulistas ponto a ponto com Boulos e Nunes, Marçal tem R$ 4,5 milhões em receitas para colocar na campanha. Desse total, R$ 2,3 milhões foram de doações recebidas pela internet, R$ 1,9 milhão veio de doações de pessoas físicas e o restante de doação coletiva. Marçal declarou ao TSE um patrimônio de R$ 169,5 milhões.
Candidato do PSDB, José Luiz Datena tem disponível para investir R$ 3,6 milhões. A totalidade desse valor é de dinheiro do fundo eleitoral. Tabata Amaral, candidata do PSB, tem R$ 15,6 milhão de receita para gastar na campanha. Sem coligação partidária, Tabata recebeu 84% dos recursos do fundo partidário. Marina Helena, também candidata de um único partido (Novo), tem R$ 2,7 milhões. (Confira abaixo a receita de todos os candidatos)
Dinheiro investido pelas companhias de cada candidato:
Altino Prazeres (PSTU): R$ 425.200,00 (99% do fundo eleitoral);
Bebeto Haddad (DC): R$ 109.026,90 (91.75% do fundo eleitoral);
José Luiz Datena (PSDB): R$ 3.696.000,00 (100% do fundo eleitoral);
Guilherme Boulos (PSOL): R$ 65.662.114,03 (99% do fundo eleitoral);
João Pimenta (PCO): não há prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral;
Marina Helena (Novo): R$ 2.775.600,27 (96,5% do fundo eleitoral);
Pablo Marçal (PRTB): R$ 4.520.865,35 (O candidato não recebeu dinheiro do fundo eleitoral);
Ricardo Nunes (MDB): R$ 42.256.450,00 (98,6% do fundo eleitoral);
Ricardo Senese (UP): R$ 7.325,00 (41% do fundo eleitoral);
Tabata Amaral (PSB): R$ 15.666.913,94 (84,7% do fundo eleitoral).
Os dados sobre a prestação de contas dos candidatos foram coletados pela reportagem do Terra nessa quarta-feira, 25.
Em relação à concentração das despesas, os candidatos destinam o dinheiro, entre outras coisas, para atividades de militância e mobilização de rua, produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, serviços advocatícios, impulsionamento de conteúdos e publicidade por materiais impressos.
O primeiro turno das eleições municipais será no dia 6 de outubro, o primeiro domingo do mês. Já o segundo turno, se for o caso, deve ocorrer no último domingo de outubro, no dia 27.
Terra