A Seleção voltou às Eliminatórias após dez meses com um resultado importante, mas um desempenho ainda decepcionante. Sem brilho, o Brasil venceu o Equador por 1 a 0, na última sexta-feira, no Couto Pereira, com uma atuação que não aqueceu os corações na gelada noite de inverno em Curitiba.
Há pouco o que se comemorar além do fim da sequência de quatro rodadas sem vitória na competição.
Sim, foi possível notar ligeira melhora na saída de bola com a entrada de André no lugar de João Gomes. O ex-volante do Fluminense, aliás, foi o melhor jogador da Seleção, oferecendo combatividade na marcação e boas soluções para achar espaços com as bolas nos pés.
Mesmo assim, o Brasil manteve a sina de criar pouco. Nem mesmo os metros a mais de campo em relação a Copa América foram suficientes pra destravar o setor ofensivo, que teve lampejos no primeiro tempo e foi apático no segundo.
Sem um centroavante, a Seleção começou com bastante mobilidade no ataque. Rodrygo não guardava posição e ora caía para direita, tentando se associar com Luiz Henrique, ora ia para o lado oposto, invertendo com Vini.
Seleção enfrenta uma linha defensiva adversária com muitos jogadores
Enfrentando uma linha defensiva do Equador com cinco jogadores, que recentemente ja havia criado dificuldades para outras grandes seleções, o time de Dorival Júnior tinha mais posse, rodava a bola de um lado para o outro, mas sofria para infiltrar na área rival.
Guilherme Arana tinha liberdade para avançar, enquanto pela direita Danilo ficava mais recuado, ajudando na saída de bola com Marquinhos (centralizado) e Gabriel Magalhães (na esquerda). Bruno Guimarães ficou ligeiramente mais avançado do que na Copa América, ao lado de Paquetá.
Se não dava para se aproximar do gol de Galíndez, a solução foi finalizar de longe. Em poucos segundos, Rodrygo saiu da ponta esquerda para o meio, conseguiu se desgarrar da marcação e colocou a Seleção em vantagem.
Até então o Brasil não jogava mal, embora não desse espetáculo. A partir do gol, porém, pareceu mais preocupado em manter a vantagem do que ampliá-la.
Afora um pequeno susto no último lance do primeiro tempo, em que Danilo e Marquinhos não conseguiram desarmar, e Alisson e Gabriel Magalhães evitaram o gol, o Equador gerou pouco perigo. Assim, o jogo ficou chato.
Dorival foi conservador nas substituições e não abriu mão de seu esquema tático. Todas as alterações (duas delas por questões físicas) foram de atletas de mesma posição e função.
Ainda em início de trabalho (fez apenas seu nono jogo), o técnico tem parcela de responsabilidade pelo desempenho aquém do esperado, mas ela precisa ser repartida também com os jogadores. Falta ousadia, coragem para arriscar.
Estatísticas: Brasil x Equador
- Posse de bola: 55% x 45
- FInalizações: 10 x 9
- Finalizações no alvo: 3 x 2
- Passes completos: 552 x 400
- Passes incompletos: 50 x 79
- Desarmes: 12 x 9
- Dribles: 3 x 6
- Faltas cometidas: 8 x 17
A Seleção tira um peso das costas com a vitória, mas não se livra totalmente da pressão – como algumas vaias ouvidas ao final da partida comprovam.
Todos sabem que as Eliminatórias são mera formalidade, e o Brasil irá à Copa. Mas é preciso jogar mais para chegar em 2026 com chances do hexa.