Nesta segunda-feira, 10 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu no Palácio do Planalto com reitores de universidades e institutos federais para anunciar um grande pacote de investimentos nas instituições de ensino. Acompanhado do ministro da Educação, Camilo Santana, Lula detalhou um aporte de R$ 5,5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para universidades e hospitais universitários.

Detalhamento dos Investimentos

Camilo Santana explicou a destinação dos recursos: R$ 3,17 bilhões serão utilizados na consolidação de estruturas, R$ 600 milhões para a expansão, e R$ 1,75 bilhões para hospitais universitários. A consolidação prevê investimentos em salas de aula, laboratórios, auditórios, bibliotecas, refeitórios, moradias e centros de convivência. Esses recursos contemplam 223 novas obras, 20 em andamento e 95 retomadas.

A expansão abrangerá a criação de 10 novos campi vinculados a universidades já existentes em todas as regiões do país. As cidades que receberão os novos campi são:

  1. São Gabriel da Cachoeira (AM)
  2. Cidade Ocidental (GO)
  3. Rurópolis (PA)
  4. Baturité (CE)
  5. Sertânia (PE)
  6. Estância (SE)
  7. Jequié (BA)
  8. Ipatinga (MG)
  9. São José do Rio Preto (SP)
  10. Caxias do Sul (RS)

Recursos Adicionais e Desafios

Além dos R$ 5,5 bilhões, Camilo Santana anunciou um acréscimo de R$ 400 milhões para custeio de universidades e institutos federais. O orçamento das universidades em 2024, após a recomposição, será de R$ 6,38 bilhões, enquanto os institutos federais terão um orçamento de R$ 2,72 bilhões.

“A proposta que o governo está fazendo é que, amanhã terá reunião, que se for aceito, mais R$ 10 bilhões até 2026, mais R$ 10 bilhões no orçamento das universidades”, disse Camilo Santana, sinalizando um compromisso contínuo com o financiamento da educação superior.

Greve na Educação e Reivindicações

O anúncio ocorre em meio a uma greve dos professores e servidores da educação superior, que reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e a revogação de normas aprovadas nos governos dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro. As greves, iniciadas em abril, variam entre instituições, com algumas tendo professores e técnicos-administrativos paralisados e outras apenas uma das categorias.

Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), destacou a defasagem salarial dos professores e servidores e expressou esperança em um acordo entre governo e sindicatos nesta semana. “São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [Lula] bem sabe. Esperamos que essa semana governo e sindicatos cheguem a situação negociada, pacificando a situação”, disse Márcia.

Elias Monteiro, presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e reitor do Instituto Federal Goiano, fez um apelo para um acordo que encerre a greve, ressaltando o impacto negativo sobre a evasão escolar e o calendário acadêmico.

Divisões Sindicais e Expectativas

As negociações para encerrar a greve expuseram divisões entre os sindicatos. Enquanto a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação) assinou um acordo com o governo, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) não aceitaram a proposta.

O acordo previa a reestruturação da carreira docente e reajustes salariais de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. O governo argumenta que não há espaço no orçamento para reajustar os salários ainda em 2024.

O governo espera que os anúncios de investimentos nas universidades e institutos federais ajudem a acelerar o fim das paralisações. Lula, que iniciou sua carreira política como líder sindical, já declarou que ninguém será punido por causa da greve.

Blog do Halder

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