Você já pensou como a vida de famílias inteiras pode mudar drasticamente em questão de instantes? Um trágico acidente rodoviário no sábado abalou diversas famílias após três trabalhadores oriundos de Vista Serrana, município da Paraíba, perderem suas vidas quando uma carreta com contêiner tombou sobre o veículo em que estavam, em São Vicente, no litoral de São Paulo.
Este relato traz detalhes completos sobre o fato, respeitando a dignidade das vítimas e a sensibilidade de seus entes queridos. Também abordaremos as situações do acidente e compartilharemos memórias daqueles que perderam suas vidas.
O acidente que vitimou três trabalhadores de Vista Serrana
Tudo ocorreu por volta das 8h40 de sábado, 19 de abril, na rodovia milionária 286 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no sentido Praia Grande. As vítimas foram identificadas como os irmãos Raimundo Izidro Neto, de 32 anos, e Jirlanio Araujo de Farias, de 36 anos, junto com o primo deles, Alex Rodrigues Monteiro, de 31 anos.
Conforme relatos, os três homens estavam no caminho de Praia Grande para trabalhar como ambulantes na orla quando seu carro foi esmagado por uma carreta que tombou com um contêiner. Infelizmente, todos os três faleceram no local.
O motorista da carreta, cuja identidade não foi divulgada, sofreu apenas ferimentos leves. Ele teria informado às autoridades que perdeu o controle do veículo ao fazer uma curva, ou que causou o tombamento.
As histórias por trás da tragédia
Esses três homens eram mais do que simples estatísticas em um relatório de acidente — eram membros de famílias que haviam deixado Vista Serrana, na Paraíba, rumo a São Paulo em busca de melhores oportunidades, ou seja, vendendo seus artigos de cama, mesa e banho.
“A perda desses três vai ser lembrada para o resto da vida […]. Infelizmente, três garotos novos perderam a vida e deixaram uma família”, se indignou Cleilson Rodrigues Félix, primo das vítimas, em entrevista à TV Tribuna.
Alex Rodrigues Monteiro: Um pai carinhoso
Familiares descreveram Alex, de 31 anos, como um homem bom, brincalhão e cuidado. De acordo com Cleilson, Alex havia retornado de Vista Serrana há apenas cinco dias, após passar um período de férias em sua terra natal.
“Quando voltei, desceu para a Baixada [Santista] para aproveitar esse feriado santo, que é o melhor para nós que vendemos nas praias”, explicou Cleilson.
Alex deixa uma filha pequena de aproximadamente três anos de idade.
Jirlanio Araújo de Farias: Um homem família
Cleilson convidou Jirlanio, de 36 anos, para trabalhar no Guarujá pouco antes do acidente. No entanto, ele escolheu trabalhar na Praia Grande porque queria chegar cedo em casa para ficar com sua família.
Ainda de acordo com Cleilson, seu primo deixou dois filhos — uma menina de 15 anos e um menino de 9 anos — que agora sentirão a ausência do pai que saiu de Vista Serrana em busca de sustento para a família.
Raimundo Izidro Neto: Trabalhador e alegre
Aos 32 anos, Raimundo foi descrito pelos parentes como uma pessoa extrovertida, que trabalhava muito, mas também gostava de brincar com todos ao seu redor.
Lembrando o momento em que descobriu as mortes de seus parentes, Cleilson apresentou sua devastação: “Quando eu cheguei lá [ao local do acidente], infelizmente, foi fatal. Foi igual uma pessoa dar um tiro no [meu] peito”, desabafou.
O Êxodo de Vista Serrana para São Paulo
Sendo assim, a tragédia chama atenção para um público específico: a migração de trabalhadores do Nordeste, especificamente de pequenos municípios como Vista Serrana, para grandes centros urbanos do Sudeste em busca de melhores condições de vida.
Vista Serrana é um pequeno município localizado no estado da Paraíba, no Nordeste brasileiro. Com uma população modesta de 3.641 habitantes (Censo 2022), a cidade vê muitos de seus jovens saírem em busca de oportunidades de trabalho nos grandes centros urbanos, como São Paulo, devido às limitadas opções econômicas locais.
Os três primos representaram essa jornada de esperança e trabalho, vendendo produtos têxteis nas praias paulistas para sustentar suas famílias que se apoiaram na Vista Serrana ou que os acompanharam nessa trajetória.
Investigação em andamento
A Polícia Militar Rodoviária relatou que o motorista da carreta, de 33 anos, alegou ter perdido o controle do volante enquanto passava sob o viaduto do Parque das Bandeiras, o que levou ao tombamento do veículo que atingiu o carro.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais que atenderam à recuperação do carro “completamente esmagado pelo contêiner”, que estava carregado com 28 toneladas de leite em pó.
Além disso, a polícia informou que o sistema de freios e os pneus da carreta apresentavam mau estado de conservação. O tacógrafo — dispositivo que registra a velocidade e a distância percorrida pelo veículo — também aparentava estar inoperante.
Dessa maneira, diante das condições do veículo descritas pelos policiais, a Polícia Civil qualificou o motorista como autor do acidente e o proprietário da carreta como investigado. As autoridades aguardam os laudos periciais para confirmar o estado de conservação da carreta e apurar a culpabilidade dos envolvidos.
FAQ
De acordo com os relatos iniciais, o acidente ocorreu quando uma carreta transportando um contêiner perdeu o controle em uma curva e tombou sobre o carro das vítimas. A polícia constatou que o sistema de freios e os pneus da carreta estavam em mau estado de conservação, o que pode ter contribuído para o acidente.
As vítimas eram os irmãos Raimundo Izidro Neto (32) e Jirlanio Araujo de Farias (36), junto com o primo deles, Alex Rodrigues Monteiro (31). Todos os três naturais de Vista Serrana, na Paraíba, e se deslocaram para São Paulo para trabalhar como ambulantes.
A Polícia Civil compromete o motorista da carreta como autor do acidente e o proprietário do veículo como investigado. As autoridades aguardam os laudos periciais para determinar o estado de conservação da carreta e estabelecer a culpabilidade. As condições precárias dos freios, pneus e o tacógrafo inoperante estão sendo consideradas como fatores potenciais na investigação.
