
O vulcão Hayli Gubbi, localizado na região de Afar, no nordeste da Etiópia, entrou em erupção pela primeira vez em quase 12.000 anos no último domingo, 23 de novembro. Conforme o jornal britânico The Guardian, densas colunas de fumaça se lançaram a até 14 km de altura. Elas atravessaram o Mar Vermelho em direção ao Iêmen e Omã.
Como resultado, a vila vizinha de Afdera ficou coberta de poeira, assim como outras comunidades próximas. À agência de notícias Associated Press (AP), um administrador local, Mohammed Seid, afirmou que não houve vítimas. No entanto, a erupção poderia ter implicações econômicas para a população local de criadores de gado.
“Embora até o momento não tenham sido perdidas vidas humanas nem animais, muitas aldeias foram cobertas de cinzas. Como resultado, seus animais têm pouco para comer”, declarou Seid.
O se sabe até agora
A nova erupção se observou em imagens de satélite e confirmada pelo Centro de Alerta de Cinzas Vulcânicas de Toulouse, na França. Nuvens de cinzas do vulcão se espalharam sobre o Iêmen, Omã, Índia e o norte do Paquistão. Isso se informou pelos especialistas dos Centros de Alerta de Cinzas Vulcânicas (VAAC), designados pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
Já conforme o Programa de Vulcanismo Global da Instituição Smithsonian, o vulcão não teve erupções conhecidas desde o Holoceno. Esta era começou há cerca de 12.000 anos, no final da última era glacial.
A informação foi repercutida na rede social Blue Sky por Simon Carn, vulcanólogo e professor da Universidade Tecnológica de Michigan, nos Estados Unidos. Ele conta que a erupção começou ontem por volta das 08h30 UTC (05h30 da manhã no horário de Brasília).
O vulcão, que se eleva a cerca de 500 metros de altitude, situa-se no Vale do Rift. Esta é uma zona de intensa atividade geológica onde duas placas tectônicas se encontram. Isso faz com que o local seja propenso a terremotos.
Um morador, Ahmed Abdela, disse ter ouvido um som alto, descrito por ele como uma onda de choque. “Foi como se uma bomba tivesse sido lançada de repente, com fumaça e cinzas”, relatou, à AP.
Abdela contou ainda que a aldeia próxima ao deserto de Danakil, que é uma atração turística, ainda está coberta de cinzas nesta segunda-feira, 24 de novembro. Turistas e guias que se dirigiam ao deserto ficaram presos na aldeia.