A curva de Amélia, em Nova Palmeira, que já havia se tornado sinônimo de perigo, foi palco de um episódio que marcou profundamente a comunidade. Há exatos três meses, Ytanis Rogério Dantas Santos, aos 29 anos, viu sua vida interrompida de maneira abrupta e dolorosa.
Ytanis era um jovem que parecia carregar a serenidade em seu próprio nome. Fotógrafo talentoso, com um olhar que captava não apenas imagens, mas também sentimentos, ele transformava cada registro em uma obra de arte. Era comum ouvir em Nova Palmeira: “Se o evento é com Ytanis, a memória está garantida.” Seu talento atravessava fronteiras, mas seu coração permanecia firme na terra que tanto amava.
Nos momentos de folga, ele se reunia com os amigos, sempre acompanhado de uma “montillinha” – a bebida que, de maneira simples, traduzia sua leveza e a alegria que espalhava. A paciência e o respeito eram traços que o definiam, especialmente em relação aos pais, Rosenildo Pereira dos Santos e Maria da Luz Dantas Pereira, ou Tutu Dantas, como todos carinhosamente a chamavam, e suas irmãs Yalla Regina e Yeda Karilla. Para eles, Ytanis era o reflexo de um filho e irmão ideal: calmo, obediente e cheio de gratidão.
No entanto, aquele fatídico dia na curva de Amélia trouxe um silêncio pesado para a cidade. O acidente, cujas marcas ficaram não apenas na estrada, mas na memória de todos, lançou Ytanis em uma batalha pela vida. Foram 90 dias de luta incessante, vividos em um leito de hospital em Campina Grande. A esperança se mantinha acesa nos corações dos familiares, amigos e de toda Nova Palmeira, que acompanhava, solidária, cada pequena notícia de sua recuperação.
Luto profundo
Porém, neste sábado, 28 de dezembro de 2024, a cidade se deparou com a notícia que ninguém desejava ouvir: o coração de Ytanis não resistiu às sequelas. A luta chegou ao fim, e com ela, Nova Palmeira mergulhou em um luto profundo.
As ruas ganharam um silêncio respeitoso. As lembranças de Ytanis circulavam entre os moradores: as fotografias que ele deixou, os sorrisos que arrancava e a tranquilidade que irradiava.
Se a curva de Amélia foi o cenário que levou Ytanis, Nova Palmeira será sempre o local onde ele será lembrado. Sua arte permanecerá viva nas imagens que capturou; sua essência, no amor que plantou em cada relação que construiu.
Para Rosenildo, Tutu, Yalla e Yeda a dor é imensurável, mas também é acompanhada pelo orgulho de terem criado alguém tão especial. Os amigos, ao brindarem em sua memória, talvez com uma montillinha, celebrarão o jovem trabalhador, amigo leal e filho exemplar que foi.
Ytanis deixa a todos a lição de que, mesmo nas lutas mais difíceis, é possível enfrentar com serenidade. E enquanto Nova Palmeira chora sua partida, ela também se consola em sua memória, que continuará viva em cada canto da cidade.
Descanse em paz, Ytanis. Que seu legado de calma, dedicação e talento permaneça como inspiração para todos nós.
Muito chocado com essa notícia, pois não sabia desse acidente. Meus pêsames aos familiares