A libido sempre se cercou de mistérios e tabus. Enquanto alguns acreditam que ela deve estar sempre em alta, outros encaram sua oscilação como um problema. A verdade é que o desejo sexual das mulheres é influenciado por uma série de fatores, podendo envolver tanto condições psicológicas, como o estresse, quanto fisiológicas, como as alterações hormonais típicas de determinadas fases da vida, como a gravidez, a amamentação e a menopausa.
“Distúrbios da tireoide, uso de determinados medicamentos ou doenças crônicas podem reduzir o desejo sexual. Por isso, a avaliação com especialistas é fundamental para identificar a causa correta e orientar o tratamento adequado”, diz Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma.
Confira alguns mitos sobre a libido feminina:
O desejo sexual da mulher diminui naturalmente com a idade
Segundo a especialista, esse é um dos mitos mais comuns, entretanto não corresponde à realidade. O que muda são os níveis hormonais e o contexto de vida. Mesmo após a menopausa, é possível preservar uma vida sexual saudável com acompanhamento médico, terapias adequadas e hábitos de vida equilibrados.
Libido baixa é sempre um problema psicológico
Questões emocionais realmente podem interferir, mas não são a única explicação. Entre outras razões estão: o uso de determinados medicamentos e doenças crônicas que podem impactar diretamente no desejo sexual.
A sexualidade feminina é sempre estável e previsível
O desejo sexual nas mulheres sofre variações ao longo do mês devido às alterações hormonais do ciclo menstrual. “Durante o período de ovulação, a mulher pode sentir um aumento da excitação, enquanto, em outras fases, ela pode ser mais baixa. Entender esse ciclo e conversar com o seu médico pode te ajudar a lidar melhor com essas variações”, explica Fernanda Nunes, ginecologista da Atma Soma.
Libido feminina e masculina funcionam da mesma forma
As especialistas afirmam que o erro já começa ao comparar os dois. Muitas mulheres podem apresentar libido mais elevada do que homens, e vice-versa. “Esse é um processo multifatorial, que envolve aspectos emocionais, hormonais e até a qualidade da relação”, pontua a endocrinologista.
Baixa frequência sexual significa desinteresse pelo parceiro
Libido e amor não são sinônimos. Uma preocupação constante de muitas mulheres está associada à falta de apetite sexual e ao desejo pelo parceiro. A diminuição do desejo sexual pode ter causas externas, como estresse, cansaço ou até mudanças hormonais, sem que isso signifique uma mudança no afeto pelo parceiro.