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Estudo apresentado na American Heart Association aponta possível ligação entre o uso prolongado de melatonina e maior risco de insuficiência cardíaca – Foto: iStock

O uso prolongado de melatonina se associa a um risco maior de insuficiência cardíaca, hospitalização e morte em pessoas com insônia crônica. Isso se revelou em um estudo preliminar apresentado nesta segunda-feira, 3 de novembro, no congresso anual da American Heart Association.

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal que sinaliza ao corpo o período escuro do dia. Assim, inicia o processo que promove o sono. Suplementos — versões sintéticas idênticas ao hormônio — são frequentemente usados para tratar insônia. Esta se caracteriza pela dificuldade de adormecer ou permanecer dormindo.

Esses suplementos podem se comprar sem receita médica em diversos países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos. Os novos resultados, porém, levantam preocupações quanto à segurança do uso prolongado da substância para o coração.

“Os suplementos de melatonina podem não ser tão inofensivos quanto se pensa. Se nosso estudo se confirmar, isso poderá mudar a forma como os médicos orientam seus pacientes sobre indutores do sono”, afirmou Ekenedilichukwu Nnadi, autor principal da pesquisa.

Pesquisa

Os cientistas utilizaram o banco de dados internacional TriNetX, com informações de 130.828 adultos com insônia crônica. Eles se dividiram em dois grupos: um formado por pessoas que usaram melatonina por um ano ou mais. Outro grupo incluiu indivíduos que nunca tiveram o registro do uso em seus prontuários. Excluíram pacientes com diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca ou em uso de outros remédios para dormir.

Os resultados mostraram que pessoas que usaram melatonina por longo prazo tiveram uma probabilidade 90% maior de desenvolver insuficiência cardíaca em cinco anos (4,6% contra 2,7% no grupo controle). Em países onde o suplemento exige prescrição, o risco foi 82% maior entre quem teve ao menos duas receitas. Essas receitas tiveram um intervalo de 90 dias.

O estudo também apontou que usuários de melatonina apresentaram três vezes mais chances de hospitalização por insuficiência cardíaca (19% contra 6,6%). Eles tiveram quase o dobro de risco de morte por qualquer causa (7,8% contra 4,3%) durante o período analisado.

Apesar da associação, os autores ressaltam que não há comprovação de relação direta entre o uso prolongado da melatonina e os riscos cardiovasculares. “São necessárias mais pesquisas que testem a segurança da melatonina para o coração”, disse Nnadi.

Entre as limitações, os pesquisadores destacam que o banco de dados inclui países com e sem exigência de prescrição. Como o uso sem receita pode não ter se registrado, parte dos usuários pode ter se classificado incorretamente, distorcendo os resultados.

Conforme Nnadi, o estudo não indica que a melatonina seja nociva, mas alerta para o uso indiscriminado. “Não devemos presumir que algo é seguro apenas por ser natural ou vendido sem prescrição médica.”

É seguro tomar melatonina?

Conforme Lucio Huebra, neurologista da Academia Brasileira do Sono, a melatonina costuma ser bem tolerada, com baixa toxicidade e sem evidências de dependência, tolerância ou abstinência. Os efeitos adversos mais comuns incluem sonolência matinal, bem como tontura, dor de cabeça, náusea e alteração do ritmo circadiano. Isso ocorre especialmente quando ingerida em horários inadequados.

Huebra ressalta que o uso não se indica para todos, já que a maioria das pessoas tem produção natural saudável do hormônio. A melatonina se recomenda apenas para casos específicos como distúrbios do ritmo circadiano, como atraso de fase do sono. Serve também para tratamento de jet lag, irregularidades do sono em pessoas cegas e controle de parassonias, como o transtorno comportamental do sono REM.

Mesmo assim, ela não se considera tratamento inicial para a insônia crônica no Brasil. Assim sendo, a Academia Brasileira do Sono recomenda priorizar medidas comportamentais, como higiene do sono e terapias psicológicas. Quando necessário, o uso de indutores do sono deve se fazer por períodos curtos e na menor dose possível, segundo o especialista.

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