O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, divulgado nesta quinta-feira, 18 de julho, pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), revelou então um aumento preocupante nos casos de feminicídio no Brasil. Em 2023, foram registrados 1.467 casos, o maior número desde a tipificação do crime em 2015, representando por fim um aumento de 0,8% em relação a 2022.
Ampliação da violência doméstica
Contudo, além dos feminicídios, outras formas de violência contra as mulheres também apresentaram crescimento significativo em 2023. As taxas de agressões em contexto de violência doméstica subiram 9,8%, enquanto as ameaças aumentaram 16,5%. Destaca-se ainda mais o aumento de 34,5% em casos de perseguição/stalking, além de um aumento de 33,8% em casos de violência psicológica e de 6,5% em casos de estupro.
Tentativas de homicídio e feminicídio
O Anuário também apontou um aumento de 9,2% nas tentativas de homicídio contra mulheres em 2023, totalizando 8.372 casos. As tentativas de feminicídio também cresceram, registrando um aumento de 7,1% em relação ao ano anterior, com 2.797 mulheres sobrevivendo por pouco devido à violência de gênero.
Ampla abrangência da violência
Os dados revelam que pelo menos 1,2 milhão de mulheres foram afetadas por diversas formas de violência ao longo do ano passado.
Anuário brasileiro – análise dos dados
Embora os homicídios tenham apresentado uma leve queda de 0,1% em relação a 2022, os números de feminicídios continuam a aumentar. O documento sugere que essa disparidade pode estar relacionada à forma como as ocorrências são registradas pelas autoridades ao longo dos anos.
Perfil das vítimas
O anuário brasileiro apresenta um perfil das mulheres brasileiras mais vulneráveis ao feminicídio: 63,6% são negras, 71,1% têm entre 18 e 44 anos de idade. E a maioria das vítimas (64,3%) foi assassinada dentro de suas próprias residências.
