A ameaça de um grande ataque da Rússia fez o governo ucraniano cortar a energia de grandes cidades e colocar o país inteiro sob alerta máximo nesta segunda-feira, 11 de novembro.
Durante a madrugada, sites e blogs pró-Rússia começaram a noticiar que aviões militares russos estavam ensaiando bombardeios em série e em larga escala — especialistas apontam que Vladimir Putin, aliado de Donald Trump, deve tentar avançar na guerra após a eleição do republicano para a presidência dos Estados Unidos.
Diante do temor de um ataque, a Ucrânia determinou os cortes de energia de forma preventiva, e sirenes sooaram em todo o país. Na capital Kiev, moradores tiveram de se abrigar em estações de metrô no início da manhã.
A Força Aérea da Ucrânia chegou a informar que vários mísseis de cruzeiro haviam sido lançados pela Rússia. Os projéteis teriam sido disparados por aviões bombardeiros estratégicos. Apesar disso, cerca de duas horas depois, apenas dois haviam sido identificados.
De acordo com Kiev, abateram pelo menos dois mísseis e 39 drones.
Cortes de energia foram introduzidos nas regiões de Kiev, Odesa, Dnipropetrovsk e Donetsk, disse o fornecedor de energia ucraniano DTEK no aplicativo de mensagens Telegram.
Colocaram toda a Ucrânia sob alerta de ataque aéreo.
Acionaram sirenes em todo o país. Além disso, orientaram os moradores a procurar abrigos imediatamente. Como medida de precaução, cortaram também a energia elétrica.
Testemunhas ouvidas pela Reuters afirmaram que explosões foram ouvidas na região de Kiev. No entanto, o barulho pode ter sido provocado pelo sistema de defesa aéreo que estava ativado.
Por volta das 3h30, pelo horário de Brasília, a Ucrânia continuava sob o alerta de ataque aéreo.
Trump e Putin
O alerta na Ucrânia acontece poucas horas depois de a imprensa norte-americana informar que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com o líder russo Vladimir Putin pelo telefone.
Na conversa, Trump pediu para Putin não escalar o conflito na Ucrânia, já que os Estados Unidos têm forte presença militar na Europa. O republicano afirmou na campanha presidencial que vai acabar com a guerra em pouco tempo, mas não disse como.
No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a conversa entre Trump e Putin não aconteceu. “Isso é completamente falso, é pura ficção. Não houve conversa”, disse Peskov a repórteres.
Trump já deu indícios de que poderia reduzir a ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia. O presidente eleito sugeriu ainda que Ucrânia tenha que ceder parte do território à Rússia.
O governo ucraniano rejeita qualquer negociação que envolva a entrega de territórios e disse que dar concessões a Putin representaria um suicídio para toda a Europa.
Mais cedo, a Rússia afirmou que militares da Ucrânia tentaram sequestrar um helicóptero militar russo. No entanto, frustraram a operação.