
O uso de medicamentos como o Ozempic ganhou destaque no tratamento da diabetes e também no auxílio ao emagrecimento, mas pode trazer consequências para a saúde bucal. Segundo a cirurgiã-dentista Karla Magalhães Alves, a principal delas é a xerostomia – a popular boca seca.
A saliva é essencial para proteger dentes e gengivas: ela elimina resíduos de alimentos, neutraliza ácidos e ajuda a controlar bactérias. “Quando há redução salivar, aumenta o risco de cáries, inflamações gengivais e halitose. Nos consultórios, já observamos pacientes em uso dessas medicações relatando boca seca e alterações no hálito, o que confirma o impacto real desse tratamento na saúde bucal”, destaca a especialista.
Como lidar com o mau hálito e prevenir cáries?
A recomendação da dentista é investir em medidas de prevenção. Isso inclui:
Higiene oral completa: escovação após cada refeição, uso de fio dental e limpeza da língua.
Hidratação constante: beber água ao longo do dia para manter a boca úmida.
Estimular a salivação: gomas sem açúcar, de preferência com xilitol, ajudam a aumentar o fluxo salivar e ainda protegem contra cáries.
Tratamentos complementares: em situações mais graves, o dentista pode indicar saliva artificial ou substitutos salivares.
E os enxaguantes bucais, ajudam?
De acordo com Karla, os enxaguantes podem ter efeito apenas temporário. Antissépticos como clorexidina, cloreto de cetilpiridínio ou óleos essenciais reduzem o mau hálito momentaneamente, mas não tratam a causa. Além disso, versões que contêm álcool podem agravar ainda mais a boca seca.
“O ideal é que o enxaguante seja utilizado apenas como apoio, sempre sob orientação do dentista, e nunca como substituto da limpeza mecânica da boca e da língua”, completa.