A Coca-Cola confirmou nesta terça-feira, 22 de julho, que lançará uma nova Coca-Cola feita com açúcar de cana. O anúncio ocorre após uma publicação do presidente Donald Trump nas redes sociais na semana passada. Nela, ele afirmou ter persuadido a empresa a substituir o xarope de milho rico em frutose.
A empresa revelou em seu relatório de lucros que, como “parte de sua agenda contínua de inovação”, lançará no outono (do hemisfério norte). A empresa oferecerá uma “oferta feita com açúcar de cana dos EUA” como parte de sua linha de produtos.
Algumas versões da Coca-Cola já utilizam açúcar de cana, incluindo a Coca-Cola vendida no México.
“Esta adição visa complementar o forte portfólio principal da empresa e oferecer mais opções para ocasiões e preferências”, afirmou a Coca-Cola em um comunicado. A empresa poderá revelar mais detalhes em sua teleconferência de resultados com analistas de Wall Street ainda esta manhã.
Na semana passada, Trump disse que a Coca-Cola havia “concordado” em usar açúcar de cana em seus refrigerantes de cola.
Nova versão
Mas o anúncio desta terça revela que a receita principal da Coca-Cola não mudará e continuará a usar xarope de milho rico em frutose. Em vez disso, a empresa criará um produto separado da Coca-Cola que inclui açúcar de cana.
A Coca-Cola fabricada nos Estados Unidos é feita com xarope de milho rico em frutose. Esse é um ingrediente que o secretário de Saúde e Serviços Humanos de Trump, Robert F. Kennedy Jr., tem defendido agressivamente.
Kennedy liderou a iniciativa para remover muitos ingredientes artificiais e altamente processados dos alimentos americanos. Ele chamou o xarope de milho rico em frutose de “fórmula para tornar você obeso e diabético” em um episódio de setembro do podcast do Dr. Jordan Peterson.
Xarope de milho
O xarope de milho é um adoçante comum e barato, e é por isso que a Coca-Cola fez a troca há muitos anos. Contudo, refrigerantes cheios de açúcar não são saudáveis, dizem especialistas em saúde. Isto se aplica mesmo que sejam feitos com açúcar de cana em vez de xarope de milho.
“O consumo excessivo de açúcar de qualquer fonte prejudica a saúde”, disse Eva Greenthal. Ela é cientista política sênior do Centro para a Ciência no Interesse Público, um grupo sem fins lucrativos de defesa do consumidor, à CNN.
“Para tornar o suprimento de alimentos dos EUA mais saudável, o governo Trump deveria se concentrar em menos açúcar, não em açúcar diferente.”
Enquanto isso, a rival PepsiCo não está fazendo grandes mudanças. No entanto, seu refrigerante prebiótico recém-anunciado contém açúcar de cana, assim como sua marca Poppi, adquirida recentemente.
“O açúcar é mais caro nos EUA do que em muitas partes do mundo, então acho que provavelmente há uma conversa com o governo sobre como tornar o açúcar mais acessível nos EUA. Como ter uma estratégia agrícola que provavelmente reduza o custo do açúcar. Isso facilitará muito a transição para nós e para toda a indústria”, disse o CEO da PepsiCo, Ramon Laguarta, na CNBC na semana passada.
