Um novo raio de esperança surge para aqueles que enfrentam a depressão resistente aos tratamentos convencionais, graças a uma pesquisa pioneira realizada pela UFRN. Desde 2021, os pesquisadores vêm explorando o potencial da cetamina como uma alternativa eficaz para essa condição desafiadora, e agora, na segunda fase do estudo, intitulada “Psicoterapia Associada à Cetamina”, os resultados promissores da fase inicial estão sendo ampliados e aprofundados.
Os responsáveis pela pesquisa, liderada pelos professores Dráulio de Araújo, Fernanda Fontes, Nicole Galvão, Patrícia Cavalcanti e Emerson Arcoverde, estão empenhados em oferecer novas perspectivas para aqueles que não encontraram alívio em tratamentos convencionais. Nicole Galvão explica que a cetamina não é uma opção para todos, mas para aqueles que já tentaram mais de dois tratamentos tradicionais sem sucesso.
“Na primeira fase, observamos uma resposta positiva em 60% dos pacientes, com 30% deles alcançando remissão completa dos sintomas depressivos”, diz Nicole. No entanto, ela destaca a importância do suporte psicológico durante o tratamento, já que a cetamina pode causar um estado de dissociação temporária.
Depressão e o tratamento
A abordagem terapêutica inovadora inclui a psicoterapia foi ensinada à equipe pela renomada Gisele Fernandes, da Universidade da Califórnia, São Francisco. A pesquisa visa entender melhor por que alguns pacientes respondem ao tratamento, enquanto outros não, explorando biomarcadores para validar essas diferenças de resposta.
O acesso à cetamina pode ser um desafio devido ao seu custo, já que a formulação spray patenteada pela Johnson & Johnson tem um preço significativo. Para contornar essa questão, o estudo no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol) busca validar uma forma alternativa de administração, potencialmente tornando o tratamento mais acessível.
“A administração subcutânea da cetamina, que estamos investigando, pode reduzir significativamente os custos, tornando o tratamento mais viável para um maior número de pacientes”, explica Nicole Galvão.
Enquanto isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) continua a oferecer tratamentos convencionais para depressão por meio de suas unidades de saúde, incluindo medicamentos e terapias. O estudo liderado pela UFRN visa complementar essas opções, oferecendo uma alternativa promissora para aqueles que enfrentam resistência ao tratamento padrão.
Para aqueles interessados em participar do estudo como voluntários, podem entrar em contato através do e-mail cetaminaufrn@gmail.com. Enquanto isso, os pesquisadores continuam seu trabalho incansável, na esperança de oferecer uma nova luz para aqueles que enfrentam as sombras da depressão resistente ao tratamento.