
Após 88 anos do desaparecimento de Amelia Earhart, pesquisadores americanos estão lançando uma nova expedição. Eles buscam solucionar o mistério sobre o fim da pioneira da aviação nos Estados Unidos. Ela desapareceu em tentativa de dar volta ao mundo desde 1937. Na última quarta-feira (2), uma equipe liderada pela Universidade Purdue anunciou que irá explorar o Oceano Pacífico. Isso ocorreu após a descoberta de novas pistas sobre o paradeiro da piloto.
Segundo o jornal The Guardian, o grupo levará sua missão até Nikumaroro. Trata-se de uma ilha remota em Kiribati, localizada a cerca de 1.600 quilômetros de Fiji. Isso porque uma imagem de satélite do local pode mostrar parte do Lockheed Electra 10E. O avião que Earhart pilotava em sua última aventura pode estar surgindo sob a areia da ilha.
“Temos aqui talvez a maior oportunidade já vista de finalmente encerrar esse caso”, disse Richard Pettigrew, diretor do Archaeological Legacy Institute, que também fará parte da expedição. “Com uma quantidade tão grande de evidências muito fortes, sentimos que não temos escolha a não ser seguir em frente. Esperamos, com sorte, voltar com uma prova”.
Evidências
Pettigrew afirma que há várias evidências de que o avião mostrado nas imagens pode ser o de Earhart. Isso inclui o tamanho e material do objeto identificado na areia. Além disso, sua posição está próxima à rota planejada por Amelia em seu voo.
Ele ainda destaca que a foto foi tirada em 2015, um ano após um ciclone que possivelmente expôs o objeto ao mover a areia da ilha. Foram encontradas possíveis ferramentas de fabricação americana e um pequeno frasco de remédio no local.

A missão de descobrir o que realmente aconteceu com Amelia também é simbólica. Ela será liderada pela universidade que lecionou e ajudou a financiar seu último voo. Desta vez, Purdue irá investir US$ 500 mil – cerca de R$ 2,7 milhões na cotação atual – de sua Fundação de Pesquisa. Esse valor será destinado à primeira fase da viagem, em busca de resolver o mistério.
“Acreditamos que devemos isso à Amelia e ao legado dela em Purdue: realizar seu desejo, se possível, de trazer o Electra de volta para Purdue”, disse Steve Schultz, conselheiro jurídico da universidade, à NBC News.
Dessa maneira, em novembro de 2025, a equipe sairá em expedição para Nikumaroro e levará cerca de seis dias para chegar até a ilha de barco. Sendo assim, eles terão cinco dias no local para procurar o objeto e identificá-lo como o avião perdido de Amelia Earhart.
O que aconteceu com Amelia Earhart?
No dia 2 de julho de 1937 – há exatos 88 anos – Amelia Earhart desapareceu em sua última expedição a bordo do avião Lockheed Electra 10E. Conhecida como pioneira da aviação dos Estados Unidos e a primeira mulher a voar sobre o Oceano Atlântico sozinha, a aviadora saiu na companhia de seu navegador, Fred Noonan, na tentativa de dar uma volta ao mundo.
No entanto, a dupla nunca chegou em seu destino na Ilha Howland, onde fariam uma pausa para abastecer. Até hoje, o desaparecimento de Earhart e Noonan são um dos grandes mistérios da aviação. Há teorias que especulam que o avião da expedição ficou sem combustível e caiu no Pacífico ou em uma ilha próxima à Howland.
Em 2017, quatro cães especialmente treinados e um grupo de arqueólogo do International Group for Historic Aircraft Recovery (Tighar) foram explorar Nikumaroro. Essa expedição é semelhante à proposta da Universidade de Purdue, mas eles não obtiveram sucesso em encontrar evidências sobre a morte de Earhart na ilha.
Ric Gillespie, diretor executivo do Tighar, liderou 12 expedições anteriores à ilha. Ele defende a teoria de que Amelia pousou e morreu em Nikumaroro. No entanto, em entrevista à NBC News, ele afirmou que não acredita que a imagem de satélite apresentada por Richard Pettigrew mostre um avião. Para ele, trata-se de uma palmeira com raízes expostas.