O dólar continua em trajetória de alta nesta terça-feira, 16 de abril. Por volta das 13h50, a moeda norte-americana registrava um avanço de 1,44%, alcançando o valor de R$ 5,259. Na máxima do dia até o momento, o câmbio chegou a atingir R$ 5,287.
Se as negociações se encerrassem agora, o dólar estaria no maior patamar desde 17 de março de 2023, quando fechou em R$ 5,27.
O agravamento dos conflitos entre Irã e Israel continua exercendo pressão sobre o câmbio, fortalecendo o dólar, considerado um porto seguro. Além disso, a moeda norte-americana também reage aos dados econômicos. Com destaque para o aumento de 0,4% na produção industrial dos Estados Unidos em março em relação a fevereiro. No entanto, no primeiro trimestre do ano, a produção industrial americana apresentou uma queda de 1,8%.
Motivos para alta do Dólar
A piora na percepção do risco fiscal brasileiro também contribui para o fortalecimento do dólar em relação ao real. A sócia da casa de análises Nord, Marília Fontes, ressalta que nos últimos meses o governo vem reconhecendo a dificuldade em cumprir a meta fiscal, e a recente decisão de alterar a meta fiscal para 2025 de um superávit de 0,5% para um saldo de zero acaba desacreditando o regime fiscal brasileiro aos olhos do mercado.
Essa conjuntura se desenrola em um contexto em que as taxas de juros brasileiras estão em queda, enquanto nos Estados Unidos os juros permanecem altos. Isso gera uma fragilidade cambial, reduzindo a atratividade para o real e desvalorizando ainda mais a moeda.
Para o economista do banco suíço Julius Baer, David Alexander Meier, a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA na semana passada teve um impacto significativo nas expectativas sobre a política monetária do Fed, adiando as previsões para o primeiro corte de juros. Diante disso, o fortalecimento do dólar provavelmente perdurará nos próximos meses.
Ontem (15), influenciado pelos dados robustos da atividade americana e pelos temores em relação ao cenário fiscal brasileiro, o dólar encerrou a sessão em alta firme de 1,24%, cotado a R$ 5,1847, atingindo o maior nível em quase um ano.