
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaçou um delegado da Polícia Federal em uma live gravada na tarde deste domingo, 20 de julho. Durante a transmissão, o parlamentar voltou a se referir ao delegado Fábio Alvarez Shor, sendo assim esse o responsável por investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como “cachorrinho”. Além disso, em agosto de 2024, discursando na tribuna da Câmara, Eduardo já havia usado o termo para se referir a Shor.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, reagiu às declarações do deputado, cuja licença se encerrou neste domingo, 20 de julho. Conforme Rodrigues, ele recebeu “com indignação mais essa covarde tentativa de intimação aos servidores policiais”. “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”, afirmou assim o diretor-geral.
Atualmente, Eduardo Bolsonaro é alvo de um inquérito no STF pela suspeita de ter buscado sanções do governo dos Estados Unidos para intimidar o curso do processo penal contra seu pai, réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A ameaça
Neste domingo, durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro afirmou que a revogação do visto de 8 dos 11 ministros do STF era apenas o “começo” das sanções contra Alexandre de Moraes. “Quando a gente fala que o visto foi só o começo, é porque o nosso objetivo será te tirar da Corte. Você não é digno de estar no topo do poder Judiciário”, conforme Eduardo.
Ainda mais, durante a transmissão, o parlamentar chamou o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações contra seu pai, de “cachorrinho da Polícia Federal”. “Cachorrinho da Polícia Federal que está me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente”, disse Eduardo.
Ao portal g1, Andrei Rodrigues prometeu adotar medidas cabíveis contra as ameaças de Eduardo Bolsonaro. Em 2024, o filho do ex-presidente já havia sido alvo da PF por proferir ofensas contra Shor da tribuna da Câmara. “Na democracia relativa, eles expuseram a foto do delegado Federal Fabio Shor, que hoje está na rua. Este, sim, é um verdadeiro cachorrinho de Alexandre de Moraes”, disse o filho “03” de Bolsonaro em agosto de 2024.
Embora tenham o responsabilizado pelas ameaças, Eduardo não se indiciou pela corporação. O inquérito, na ocasião, indiciou o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), que insinuou que Shor produziu “relatórios fraudulentos” na investigação sobre a trama golpista.
A licença de Eduardo Bolsonaro se encerrou neste domingo, 20 de julho. A partir deste momento, as faltas não justificadas do parlamentar passarão a ser contabilizadas. Caso as ausências não justificadas ultrapassem um terço do total de sessões legislativas do ano, caçarão seu mandato. Embora tenha admitido que “abrirá mão” do mandato, Eduardo articula alternativas para prorrogar a perda do cargo.