O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu na sexta-feira, 11 de julho, o sistema de adesão ao acordo que permite o ressarcimento de aposentados e pensionistas que contestaram descontos indevidos em seus benefícios. A medida, que prevê pagamentos a partir de 24 de julho, contempla 1,86 milhão de pessoas nesta primeira fase. Dessa maneira, a adesão é obrigatória para quem deseja receber os valores por via administrativa, sem necessidade de ação judicial.
INSS inicia adesão ao acordo para devolução de valores
Desde a sexta-feira, dia 11, aposentados e pensionistas do INSS que sofreram descontos indevidos de associações ou sindicatos poderão aderir a um acordo para receber os valores de volta diretamente em conta.
Dessa forma, a iniciativa tem como objetivo solucionar administrativamente os casos de cobranças contestadas sem retorno das entidades envolvidas em até 15 dias úteis. Sendo assim, é necessário que o beneficiário formalize a adesão ao acordo por meio do aplicativo Meu INSS ou presencialmente nas agências dos Correios credenciadas.
Pagamentos começam em 24 de julho e seguem ordem de adesão
O cronograma de pagamentos terá início em 24 de julho, com liberação diária para até 100 mil beneficiários, obedecendo a ordem cronológica de adesão ao acordo.
Dessa forma, o valor estará sendo pago em parcela única, corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde a data do desconto até sua inclusão na folha de pagamento.
Conforme o INSS, 1,86 milhão de beneficiários já estão aptos a aderir nesta primeira etapa. Por outro lado, o restante — cujos processos ainda estão em análise devido à apresentação de documentos por parte das entidades — estará sendo incluído nas fases seguintes.
Governo prevê crédito extraordinário de R$ 3 bilhões
Para viabilizar os pagamentos do acordo, o governo federal editará uma Medida Provisória (MP) para abrir um crédito extraordinário de aproximadamente R$ 3 bilhões.
A estimativa é que, se todas as 3,8 milhões de contestações forem consideradas procedentes, o total a ser devolvido pode chegar a R$ 2,6 bilhões, de acordo com o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior.
A iniciativa tem respaldo jurídico: o ministro Dias Toffoli, do STF, autorizou que os valores estejam sendo pagos fora do teto de gastos, com o objetivo de evitar uma onda de judicializações em massa.
Condições do acordo incluem desistência de ações judiciais
Ao aderir ao acordo, o beneficiário concorda com algumas condições:
- Desistência de ações judiciais sobre o mesmo tema;
- Renúncia à indenização por danos morais;
- Recebimento do valor apenas na via administrativa.
Dessa maneira, a medida busca evitar litígios e acelerar a devolução dos valores cobrados indevidamente, com menor custo operacional para o Estado.
Grupos prioritários terão adesão automática ao processo
Além dos que já apresentaram contestação, o INSS realizará contestações automáticas para beneficiários pertencentes a grupos vulneráveis, como:
- Idosos com mais de 80 anos;
- Indígenas;
- Quilombolas.
Esses públicos, mesmo sem solicitação prévia, serão incluídos na triagem para o acordo e poderão ter os valores devolvidos, desde que confirmada a cobrança indevida.
Como aderir ao acordo no Meu INSS ou Correios
O processo de adesão é gratuito, simples e dispensa o envio de documentação adicional. Veja o passo a passo:
Pelo Meu INSS:
- Acesse o aplicativo ou site meu.inss.gov.br;
- Faça login com CPF e senha Gov.br;
- Acesse a aba “Meus Benefícios” ou “Meus Pedidos”;
- Localize a opção de adesão ao acordo;
- Aceite os termos e finalize o processo.
Presencialmente:
- Dirija-se a uma agência dos Correios credenciada;
- Informe que deseja aderir ao acordo do INSS;
- Apresente CPF e número do benefício;
- Confirme os dados com o atendente.
INSS reforça orientação e alerta contra intermediários
O INSS alerta que não é necessário pagar intermediários ou apresentar documentos adicionais. Sendo assim, a adesão deve ser feita diretamente pelos canais oficiais, e qualquer cobrança ou promessa de facilitação deve ser denunciada.
“O processo é simples, gratuito e seguro. Nosso objetivo é devolver o que foi cobrado indevidamente sem burocracia e com respeito ao segurado”, afirmou Gilberto Waller, presidente do INSS.
Impacto e orientações para profissionais da contabilidade
Profissionais contábeis e consultores previdenciários devem ficar atentos às novas diretrizes para orientar seus clientes — especialmente aposentados e pensionistas que possam ter sido vítimas de descontos indevidos.
É recomendável:
- Auxiliar na verificação do extrato de pagamento do INSS;
- Orientar sobre o uso correto do aplicativo Meu INSS;
- Alertar sobre prazos e riscos de perda do direito em caso de não adesão.
O sistema de adesão ao acordo do INSS já está aberto e representa uma alternativa prática e segura para resolver casos de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Com pagamentos previstos a partir de 24 de julho e sem exigência de ação judicial, o processo beneficia milhões de segurados em todo o país.
Portanto, beneficiários devem aderir o quanto antes pelo Meu INSS ou Correios para garantir prioridade no pagamento. Dessa forma, profissionais da contabilidade devem ajudar seus clientes a entenderem o processo e a evitarem fraudes.