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Padre de cidade do interior da Paraíba é acusado de intolerância religiosa durante missa — Foto: Redes Sociais

Uma associação de religiões de matriz afro-indígena denunciou o padre Danilo César, da cidade de Areial, na Paraíba, por suposto racismo religioso. Isso ocorreu durante uma missa celebrada no último domingo, 27 de julho. A cerimônia foi registrada em vídeo e assim a instituição formalizou um boletim de ocorrência. Este foi feito nesta terça-feira, 29 de julho.

Conforme a Diocese de Campina Grande, que é responsável pela Paróquia de Areial, “o sacerdote, através da assessoria jurídica, irá prestar todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes”.

De acordo com a nota, a diocese reiterou também que está comprometida com “os direitos constitucionais da liberdade de crença e de culto. Além disso, também reafirma a igualdade e não discriminação religiosa. Nós defendemos o direito à honra e à imagem dos mortos, além do princípio da dignidade da pessoa humana”.

Na postagem de grande repercussão nas redes sociais, o padre cita o caso da morte da cantora Preta Gil, que faleceu nos Estados Unidos em 20 de julho, vítima de um câncer colorretal. Sendo assim, ele utiliza este exemplo para desdenhar de religiões de matriz africana.

Intolerância

“Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você. Ele pensa que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse durante a homilia.

Após citar o caso de Preta Gil, ele fala diretamente aos fiéis que estavam o acompanhando na Igreja de Areial. Ele pede para pararem de procurar essas “coisas ocultas” e ainda mais diz “o diabo os levasse”. Isto se refere aos católicos que fazem pedidos para entidades de outras religiões.

“E tem católico que pede essas coisas ocultas, eu só queria que o diabo viesse e levasse. No dia seguinte quando acordar lá, acordar com calor no inferno, você não sabe o que vai fazer. Tem gente que não vai aqui (Areial), mas vai em Puxinanã, em Pocinhos, mas eu fico sabendo. Não deixe essa vida não pra você ver o que acontece. A conta que a besta fera cobra é bem baratinha”, disse.

Além disso, o padre relatou também no vídeo uma história envolvendo uma mulher e sua filha. Conforme ele, elas o procuraram após a mãe “consagrar” a filha para “essas entidades desconhecidas que têm vários nomes”. Ele associa práticas de religiões de matrizes africanas com doença e morte.

“Eu já fui fazer as exéquias na minha cidade natal e uma mãe desde cedo tinha consagrado a filha a essas entidades desconhecidas que têm vários nomes. Ela morreu cedo e a morte dela foi uma morte tão sofrida. E eu lembro quando ela dizia que ‘tinha sido a besta fera que tinha vindo buscar a filha dela conforme tinha prometido’. Olha a conta, um filho”, disse.

As exéquias que o padre cita na fala dele se trata de uma cerimônia fúnebre realizada pela Igreja Católica para fiéis após a morte.

Entidades condenam fala do padre

A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza emitiu então uma nota de repúdio sobre as falas do padre. Ela condena assim a postura e afirma que ele distorce a religião.

“Deus é amor e respeito ao próximo, onde infelizmente esse senhor que se diz sacerdote prega o ódio e o preconceito. Ele ainda amedronta em pleno culto em sua igreja”, diz parte da nota.

O presidente dessa associação, Rafael Generino, disse que registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. Ele acusa o crime de intolerância religiosa. Ainda mais, Rafael também informou que vai realizar a denúncia no Ministério Público da Paraíba (MPPB) sobre as falas do padre.

A reportagem também entrou em contato com o delegado Danilo Orengo, da delegacia de Areial, que disse ter tomado conhecimento do fato pela imprensa. O delegado informou que recebeu o boletim de ocorrência, mas quem será responsável pelas investigações será outra delegada. Assim sendo, as investigações estão em curso.

O presidente do Fórum de Diversidade da Paraíba, Saulo Gimenez, disse ao g1 que o órgão também condena as falas do padre pelo teor e pelo local. As palavras foram proferidas no altar da igreja.

“É uma lástima para todos nós que, em pleno século XXI, depois de uma pandemia que deixou mães sem filhos, amigos perdidos, no meio de uma crise mundial, várias guerras, pessoas perdendo suas vidas, um sacerdote usar o seu lugar sagrado, usar o seu sacerdocio para destilar um veneno tão sódido como o ódio, como as intolerâncias. Usar um espaço que é para falar de amor, de compreensão, de solidariedade, mas não, está ali sendo cruel”, ressaltou.

O órgão informou que vai continuar acompanhando o caso e vai prestar suporte à associação, além de “encaminhar às autoridades compententes para retratação do padre”.

G1 PB

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