Nova Palmeira, no Seridó paraibano, teve em sua história uma personagem que ficou gravada na memória de muitos moradores: Maria Taveira, mais conhecida como “Madinha”. Com sua presença inconfundível e comportamento singular, Madinha transitava pelas ruas da cidade como um espírito livre, deixando uma marca de excentricidade e simplicidade que ainda hoje é lembrada com saudade e respeito.

Maria Taveira era uma pessoa com necessidades especiais e enfrentava problemas mentais. Por isso, passava os dias perambulando pela cidade, aparentemente alheia às convenções sociais. Seu modo de vida era peculiar, despojado, e ela tinha o hábito de andar sem tomar banho, o que contribuía para seu aspecto inusitado. Sua fala, sempre mansa, era quase incompreensível para os que a ouviam, dando a impressão de que ela habitava uma realidade paralela, com uma linguagem própria.

Maria Taveira
Maria Taveira faz parte da memória da cidade de Nova Palmeira – Foto: Halder Klay

Maria Taveira tinha quem a ajudasse

Apesar de sua vida errante, Madinha encontrava apoio e cuidados nas mãos de Marli (in memoriam), uma moradora que se compadecia da sua condição e a ajudava na alimentação e no banho, garantindo que ela não passasse fome e estivesse limpa. Essa amizade silenciosa entre as duas era uma demonstração de como a solidariedade e a empatia dos habitantes locais iam além de qualquer julgamento.

Mesmo sendo inofensiva, Madinha tinha um comportamento que poderia parecer um pouco invasivo para quem não a conhecia bem: ao encontrar portas abertas, ela costumava entrar nas casas, muitas vezes pegando algum objeto sem valor aparente. Seu gesto, no entanto, não era motivado pela malícia, mas por sua compreensão limitada do mundo ao redor.

Em meados de 2012, Nova Palmeira se despediu de Maria Taveira, que faleceu de causas naturais. Desde então, sua figura, embora física e silenciosamente ausente, permanece viva nas histórias e lembranças de quem cruzou seu caminho. Para muitos, Madinha representa uma parte inestimável da alma de Nova Palmeira — uma personagem que, com simplicidade e inocência, coloriu a vida da cidade.

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