Leila Pereira, presidente do Palmeiras e chefe de delegação da Seleção Brasileira durante a atual data Fifa de março, não se esquivou de expressar então sua indignação em relação aos recentes julgamentos dos ex-jogadores Daniel Alves e Robinho por estupro.
Diretamente de Londres, na Inglaterra, onde se encontra com a Seleção, Leila Pereira não hesitou em abordar o tema quando questionada sobre os casos dentro da delegação brasileira.
“Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves. Isso é um tapa na cara de todas nós mulheres, especialmente o caso do Daniel Alves, que pagou pela liberdade. Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte”, declarou Leila ao “Uol”.
Na última quarta-feira, tanto o caso de Daniel Alves quanto o de Robinho tiveram desdobramentos distintos.
A defesa de Daniel Alves fez um pedido à Justiça de Barcelona para deixá-lo em liberdade provisória e o pedido foi aceito. Contudo, para garantir essa liberdade, Alves terá de pagar uma fiança de 1 milhão de euros, entregar seus passaportes brasileiro e espanhol. Além disso tem que manter-se afastado a uma distância de 1 km e permanecer incomunicável com a vítima, além de se apresentar semanalmente ao tribunal.
No caso de Robinho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que ele deve cumprir sua pena por estupro no Brasil. A Justiça italiana condenou o ex-jogador a nove anos de prisão devido a um crime ocorrido em 2013. A decisão em última instância foi emitida em janeiro de 2022, enquanto Robinho já estava no Brasil. Dado que o país não extradita seus cidadãos, a Itália solicitou o cumprimento da pena em solo brasileiro.
Até o momento, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não se pronunciou sobre ambos os casos.