Os preços do petróleo operam em alta nesta segunda-feira. Isso ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar aplicar tarifas a compradores de petróleo russo. Essa medida pode então acentuar as pressões sobre a oferta global.
Às 13h30 de Brasília, os contratos futuros do Brent com vencimento em maio subiam 2,75%, assim sendo negociados a US$ 74,76 por barril. Enquanto isso, os contratos do WTI avançavam 3,17%, cotados a US$ 71,55 por barril.
Durante o fim de semana, Trump afirmou que pode aplicar ainda mais tarifas secundárias a países que continuarem comprando petróleo da Rússia. Isso ocorrerá caso ele avalie que Moscou não esteja cooperando com esforços de cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia.
A proposta informal de taxar com tarifas entre 25% e 50% todos os países que adquirirem petróleo russo teria impacto relevante no mercado. Contudo esse impacto seria notável caso a medida seja efetivada. Há, no entanto, ainda dúvidas quanto à sua implementação.
Trump também ameaçou o Irã com bombardeios, caso não aceite firmar um novo acordo nuclear com os EUA.
As ameaças de sanções por parte de Trump — contra Rússia, Irã e Venezuela — vêm sustentando os preços do petróleo nas últimas três semanas. Isso ocorre diante da perspectiva de um aperto adicional na oferta.
Esse movimento, no entanto, tem sido parcialmente contrabalançado por temores quanto à desaceleração da demanda. Esse cenário é especialmente preocupante em um ambiente de crescimento econômico mais fraco provocado pelas disrupções geradas pelas tarifas.
O presidente norte-americano deve anunciar uma nova leva de tarifas no dia 2 de abril. O mercado ainda está incerto quanto ao alcance e aos efeitos das medidas. Informações divulgadas no fim de semana indicam que Trump considera tarifas mais amplas e agressivas.
Mercado de trabalho dos EUA no radar
Os investidores também monitoram uma série de dados econômicos relevantes previstos para esta semana. O destaque vai para o relatório oficial de emprego de março.
A expectativa é que a economia norte-americana tenha criado 139 mil postos de trabalho em março. Esse número é comparado aos 151 mil registrados em fevereiro, com a taxa de desemprego mantida em 4,1%.
Antes da divulgação do payroll, estão previstos indicadores sobre contratações no setor privado, vagas abertas e atividade manufatureira.
CNOOC anuncia descoberta relevante de petróleo no Mar do Sul da China
A estatal chinesa CNOOC anunciou a descoberta de um campo petrolífero com reservas comprovadas superiores a 100 milhões de toneladas no Mar do Sul da China. Tudo conforme a mídia estatal chinesa.
O campo está fora das áreas disputadas e fica na Zona Econômica Exclusiva da China. Ele encontra-se na costa de Shenzhen, com profundidade média de 100 metros.
A descoberta pode fortalecer as reservas estratégicas chinesas e reduzir sua dependência de importações. No entanto, não divulgaram prazos para o início da produção em escala. Reservas offshore costumam apresentar desafios técnicos e operacionais.
A China é o maior importador global de petróleo, mas a demanda vem mostrando enfraquecimento constante em meio à persistente desaceleração econômica.
Os dados de PMI divulgados nesta segunda-feira indicaram alguma melhora, com avanço acima do esperado tanto na indústria quanto nos serviços em março.
Atividade de perfuração nos EUA recua
A atividade de perfuração nos Estados Unidos desacelerou na última semana.
Dados da Baker Hughes indicaram queda de duas unidades no número de sondas ativas, totalizando 484. Este é o menor nível desde a semana encerrada em 14 de fevereiro de 2025. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve redução de 22 sondas.
A contagem total de sondas (petróleo e gás) caiu para 592, contra 593 na semana anterior. Este número representa uma retração de 4,7% em relação ao mesmo intervalo de 2024, segundo análise do ING.
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