
Conforme o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ira taxar em 10% todos os produtos importados do Brasil serão , a mesma taxação de produtos importados dos EUA, de acordo com o governo americano.
O tarifaço era promessa de Trump desde o início de seu segundo mandato. As taxas variam por país, mas o valor mínimo é de 10%. O republicano tem chamado as tarifas de ‘recíprocas’, ou seja, aumentam de acordo com as taxas cobradas por produtos importados dos EUA.
Os EUA vão taxar, além do Brasil, a China, Taiwan, Vietnã, Japão, União Europeia, Tailândia, Coreia do Sul, entre outras nações. Canadá e México, por exemplo, não aparecem na lista do presidente americano.
Isso afetará quais produtos brasileiros?
A taxação anunciada por Trump atinge todos os produtos importados do Brasil. Porém, há itens na lista que são exportados com mais frequência e em maior quantidade para os EUA. Por isso, esses itens devem sofrer um impacto maior.
O petróleo, que representou R$ 5,8 bilhões de exportação para os EUA, e o ferro, que também viu alta nas exportações, lideram a lista. De acordo com a CBN, o governo brasileiro informou que a lista segue com aeronaves, café, celulose e carne bovina.
A Casa Branca afirmou que as taxas anunciadas por Donald Trump passarão a valer a partir da 0h01 de sábado, 5. Isso vale apenas para as tarifas básicas, o que já afeta o Brasil a partir desse momento. Já na próxima quarta-feira, 9, às 0h01, as tarifas recíprocas também passarão a valer.
O governo americano deve anunciar, em breve, tarifas contra semicondutores, produtos farmacêuticos e possivelmente minerais essenciais.
Resposta do governo brasileiro
Em nota, o governo brasileiro lamentou o ‘tarifaço’ de Trump. O Itamaraty afirmou que mantém diálogo aberto com os EUA, mas que defende os legítimos interesses nacionais. Além disso, avalia “possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral”.
Leia abaixo a nota do governo
O governo brasileiro lamenta a decisão tomada pelo governo norte-americano no dia de hoje, 2 de abril, de impor tarifas adicionais no valor de 10% a todas as exportações brasileiras para aquele país. A nova medida, como as demais tarifas já impostas aos setores de aço, alumínio e automóveis, viola os compromissos dos EUA perante a Organização Mundial do Comércio. Do mesmo modo, impactará todas as exportações brasileiras de bens para os EUA.
Segundo dados do governo norte-americano, o superávit comercial dos EUA com o Brasil em 2024 foi da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens. Somados bens e serviços, o superávit chegou a US$ 28,6 bilhões no ano passado. Trata-se do terceiro maior superávit comercial daquele país em todo o mundo.
Uma vez que os EUA registram recorrentes e expressivos superávits comerciais em bens e serviços com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos, totalizando US$ 410 bilhões, a imposição unilateral de tarifa linear adicional de 10% ao Brasil com a alegação da necessidade de se restabelecer o equilíbrio e a “reciprocidade comercial” não reflete a realidade.
Em defesa dos trabalhadores e das empresas brasileiros, à luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo do Brasil buscará, em consulta com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos.
Reciprocidade no comércio bilateral
Ao mesmo tempo em que se mantém aberto ao aprofundamento do diálogo estabelecido ao longo das últimas semanas com o governo norte-americano para reverter as medidas anunciadas e contrarrestar seus efeitos nocivos o quanto antes, o governo brasileiro avalia todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral. Inclusive, recurso à Organização Mundial do Comércio, em defesa dos legítimos interesses nacionais.
Nesse sentido, o governo brasileiro destaca a aprovação pelo Senado Federal do Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, já em apreciação pela Câmara dos Deputados.
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