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Brasil registra queda na aids e na mortalidade, mas tem estabilidade com leve alta em novos casos de HIV, aponta boletim de 2025 — Foto: Adobe Stock

Um homem que vive com HIV está há mais de seis anos sem apresentar sinais do vírus no organismo após receber um transplante de células-tronco para tratar uma leucemia mieloide aguda.

O caso, aceito para publicação na revista científica Nature, adiciona assim evidências de que a remissão duradoura do HIV pode ocorrer mesmo quando paciente e doador não têm a mutação genética considerada, por décadas, essencial para a chamada “cura funcional”.

A mutação CCR5Δ32, especialmente quando herdada em dose dupla, bloqueia a entrada do HIV nas células do sistema imunológico e esteve presente em parte dos poucos casos de remissão descritos até hoje. O novo estudo, porém, descreve um cenário diferente.

NOTA DA REVISTA: O artigo usado como base para a análise é uma versão não editada do manuscrito, disponibilizada pela Nature para acesso antecipado. Antes da publicação final, o texto ainda passará por revisão adicional — e os autores reforçam que podem existir erros que afetem o conteúdo.

Remissão longa, sem terapia e sem mutação completa

Segundo o manuscrito, o paciente é heterozigoto para a mutação CCR5Δ32 — ou seja, tem apenas uma cópia dessa variante genética. Sendo assim, nesse caso, o organismo ainda produz parte do receptor CCR5, uma “porta” usada pelo HIV para entrar nas células de defesa.

O doador das células-tronco também era heterozigoto, portanto nenhum dos dois tinha a forma completa da mutação capaz de bloquear totalmente essa porta.

O transplante se fez exclusivamente para tratar a leucemia. Três anos após o procedimento, com o câncer controlado, os médicos interromperam a terapia antirretroviral (TARV) — o tratamento que mantém o HIV sob controle. Desde então, já se passaram mais de seis anos sem que o vírus voltasse a aparecer nos exames, indicando remissão sustentada.

Sem vírus detectável e com reservatório reduzido

Ao longo do acompanhamento, os pesquisadores observaram:

Esses achados apontam para uma redução profunda do reservatório viral — conjunto de células onde o HIV costuma permanecer adormecido e difícil de eliminar.

Resposta imune pode ter ajudado a ‘limpar’ células infectadas

O estudo também chama atenção para um ponto do sistema imunológico que pode ter sido decisivo: no momento do transplante, o paciente apresentava alta atividade de citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC). Em termos simples, é um tipo de resposta imune em que anticorpos “marcam” células infectadas e outras células de defesa vêm e destroem essas células-alvo.

Esse mecanismo pode ter ajudado a eliminar células que ainda abrigavam o HIV, contribuindo para o esvaziamento do chamado reservatório viral — os locais onde o vírus costuma se esconder.

Para os pesquisadores, isso reforça uma mudança importante no entendimento da área: a mutação CCR5Δ32, vista por anos como peça central para atingir a remissão do HIV, não é indispensável. O caso mostra que outros caminhos biológicos também podem levar ao controle prolongado da infecção.

Um caso que amplia o entendimento sobre a cura

Antes deste relato, apenas seis casos de remissão sustentada haviam sido registrados — todos envolvendo transplantes de células-tronco realizados no contexto de cânceres hematológicos. Muitos desses indivíduos receberam células de doadores com duas cópias da mutação CCR5Δ32.

O novo caso mostra que mecanismos independentes dessa mutação podem levar a resultados semelhantes.

Segundo os autores, os dados “ressaltam a importância de estratégias que reduzam de maneira profunda o reservatório viral” como caminho para futuras terapias de cura.

Cura continua rara

Apesar do resultado excepcional, o estudo reforça que a cura do HIV permanece extremamente rara. Transplantes de células-tronco são procedimentos de alto risco e só são indicados para tratar cânceres graves, não sendo uma alternativa para o tratamento de pessoas vivendo com HIV.

Mesmo assim, cada novo caso ajuda a esclarecer os mecanismos envolvidos na remissão e orienta o desenvolvimento de terapias mais seguras e escaláveis no futuro.

G1

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