
Uma equipe de arqueólogos de Israel encontrou um anel de ouro com uma pedra vermelha cravejada com idade estimada em 2.300 anos. Pesquisadores da Autoridade de Antiguidade de Israel (IAA) e a pela Universidade de Tel Aviv conduziram o trabalho. Eles realizaram as pesquisas em um sítio arqueológico no Parque Nacional do Muros de Jerusalém.
Pesquisadores acreditam que o anel era do período helenístico. Este é o segundo anel de ouro encontrado em Jerusalém em menos de um ano. De acordo com os pesquisadores, era comum que noivas prestes a se casar enterrassem suas joias. Essa prática simbolizava assim a transição para a vida adulta.
“Essas joias descobertas agora, provavelmente foram enterradas no contexto de uma prática bem conhecida daquele período. Essa prática simbolizava a transição da infância para a idade adulta”, relatam os autores do estudo, em comunicado.
Encontraram o artefato então em uma região conhecida pela construção do Segundo Templo, estrutura de Jerusalém. Este templo existiu entre 516 a.C. e 70 d.C., até os romanos o destruirem. Vestígios arqueológicos se encontraram no solo do local, como peças de ouro usadas para fazer acessórios, brincos de bronze e de ouro, com representação de um animal com chifres.
“Estávamos peneirando a terra, bem perto da área de escavação, quando, de repente, o Ben, que trabalha comigo, tirou um anel de ouro da terra”, disse a escavadora Rivka Lengler. “A princípio, ele teve certeza de que devia ser um item moderno deixado por uma de nossas escavadeiras. Mas, quando examinei o anel, imediatamente o avaliei como algo antigo.”
Contexto do Anel

Conforme o comunicado, desenterraram o anel na região onde existia um grande edifício. Isso indica que as pessoas moradoras do local pertenciam a uma classe alta. Além disso, os arqueólogos acreditam que enterravam os artefatos valiosos como forma de seguir um costume cultural e tradicional.
“O fato de os dois pequenos anéis e o restante das joias terem sido descobertos sob o piso do edifício levanta a possibilidade de que tenham sido enterrados ali de propósito”, disse a arqueóloga do IAA, Marion Zindel, que analisou o artefato.
“Podem ter enterrado o anel como parte de um ritual de passagem para a maioridade, um “costume bem conhecido do período helenístico”, teoriza Zindel. “As noivas enterravam jóias e outros objetos da infância nas fundações das casas como símbolo da transição da infância para a vida adulta”, explica Zindel.
No período, era comum existirem jóias de ouro com alguma pedra preciosa de cor vibrante, essa moda recebeu influência de países como Índia e Pérsia. “Essas influências da moda se possibilitaram pelas conquistas de Alexandre, o Grande, e pela consequente abertura de canais comerciais com essas regiões”, explica o comunicado.