O impacto do uso excessivo do celular na saúde mental
O celular se tornou uma ferramenta essencial no dia a dia. No entanto, o uso excessivo pode ter efeitos nocivos sobre a saúde mental, especialmente entre os jovens. Ou seja, a exposição constante às redes sociais, notificações e informações ininterruptas sobrecarrega o cérebro, aumenta o estresse e interfere na qualidade do sono e da vida social.
Dessa maneira, o problema vai além do tempo de tela: trata-se de como o celular é usado e da dependência que ele pode criar.
Por que mulheres jovens são mais afetadas
A partir da análise do comportamento de 400 jovens adultos – 104 homens, 293 mulheres e três pertencentes a outro gênero. Sendo assim, os pesquisadores concluíram que as mulheres jovens são o grupo mais impactado negativamente pelo uso constante das telas.
De acordo com Csibi Sándor, professor da Universidade de Medicina George Emil Palade e também um dos autores do estudo, há algumas hipóteses para as mulheres serem as mais vulneráveis a esse tipo de problema:
- Maior sensibilidade emocional
- Pressões sociais relacionadas à aparência e comparação social
- Maior ênfase na conectividade social
“Esses fatores podem levar a um ciclo de busca por validação por meio de interações digitais, contribuindo para um maior envolvimento emocional e, eventualmente, para a dependência dos smartphones”, destaca Neha Pirwani, pesquisadora na Universidade Eötvös Loránd.
O estudo não analisou explicitamente o tipo específico de conteúdo consumido, mas pesquisas anteriores indicam que os níveis mais elevados de ansiedade estão relacionados a hábitos como a rolagem passiva em redes sociais e mensagens motivadas pela busca de segurança emocional.
O pesquisador explica que esse uso das telas como passatempo tem sido constantemente associado a padrões de vício e impactos psicológicos negativos.

Outros estudos e estatísticas sobre ansiedade em jovens
De acordo com uma pesquisa publicada pela Journal of Behavioral Addictions, os jovens entre 18 e 29 anos que utilizam o celular por mais de 4 horas por dia têm 2,5 vezes mais chances de apresentar sintomas de ansiedade.
Outro levantamento, feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que o índice de transtornos de ansiedade entre jovens mulheres aumentou cerca de 25% nos últimos anos, com o uso contínuo de smartphones sendo apontado como um dos fatores agravantes.
Principais sintomas da ansiedade relacionada ao celular
- Sensação de urgência ao não responder mensagens imediatamente
- Insônia ou sono agitado por uso noturno do aparelho
- Irritação ou angústia quando o celular não está por perto
- Baixa concentração em atividades cotidianas
- Comparação constante com vidas “perfeitas” nas redes sociais
- Dificuldade de relaxar sem o uso de tecnologia
Esses sintomas, quando persistentes, indicam que o uso do celular pode estar interferindo negativamente na saúde emocional.
Dicas para reduzir a ansiedade causada pelo celular
- Estabeleça limites de tempo com o auxílio de aplicativos de controle de uso
- Programe horários para ficar offline, especialmente à noite
- Desative notificações desnecessárias para reduzir estímulos constantes
- Pratique o autocuidado com atividades como leitura, caminhadas e meditação
- Mantenha conversas reais e encontros presenciais para fortalecer vínculos reais
Dessa maneira, pequenas mudanças na rotina digital podem gerar grandes melhorias no bem-estar emocional.
Enfim, a relação entre o uso excessivo do celular e o aumento da ansiedade é clara — e mais preocupante quando envolve mulheres jovens. Estar consciente desse impacto é o primeiro passo para buscar equilíbrio e saúde mental. Reduzir o tempo de tela, cuidar do sono e manter conexões reais são atitudes simples que fazem toda a diferença.
FAQ (Perguntas frequentes)
Especialistas sugerem que o uso acima de 4 horas por dia, fora do horário de trabalho, pode-se considerar excessivo, especialmente quando interfere no sono ou nas relações pessoais.
Sim. Estudos apontam que mulheres jovens tendem a usar mais as redes sociais, o que aumenta a exposição à comparação social, pressão estética e emocional, fatores que influenciam diretamente nos níveis de ansiedade.
Sinais comuns incluem insônia, preocupação constante com notificações, necessidade de checar o aparelho a todo momento e irritabilidade quando não está com o celular.
Sim. O uso consciente e equilibrado, com pausas regulares e limites definidos, permite que a tecnologia seja uma aliada e não uma fonte de estresse.
Blog do Halder com informações do G1