A Justiça da Argentina autorizou então nesta terça-feira, 21 de maio, a transferência imediata para prisão domiciliar do empresário paraibano Antônio Inácio da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Neto Ais, dono da Braiscompany. Antônio Neto Ais estava detido na sede da Interpol em Buenos Aires, aguardando a análise de um pedido de extradição feito pelo Brasil. Agora, ele aguardará esse processo em casa, junto com sua esposa, Fabrícia Farias Campos, e seus filhos de 9 e 11 anos.
O Juizado Criminal e Correcional Federal da Argentina proibiu Antônio Neto Ais de sair de sua residência em qualquer circunstância e determinou sua rigorosa monitoração para evitar uma possível fuga. Notificaram as autoridades argentinas para reforçar a segurança em portos e aeroportos.
A Justiça do Brasil condenou Antônio Neto Ais e sua esposa, Fabrícia Farias Campos, a penas de 88 anos e 61 anos, respectivamente, por crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As investigações revelaram prejuízos aos ex-clientes que somam aproximadamente R$ 1,5 bilhão. Um ano depois, as autoridades prenderam o casal na Argentina, após considerá-lo foragido desde fevereiro de 2023.
Antônio e Fabrícia
Logo após a prisão, colocaram Fabrícia em prisão domiciliar para cuidar dos filhos. A recente decisão que beneficia Antônio Neto Ais foi baseada em um pedido de seus advogados, que argumentaram que ele precisava ajudar no cuidado dos filhos, especialmente devido ao estado de saúde de Fabrícia. Ela sofre de hipertensão e ataques de pânico, condições que se agravam sob estresse, conforme comprovado por laudos médicos apresentados pela defesa.
A defesa destacou ainda que a família, por ser migrante, não possui uma rede de apoio na Argentina, dificultando ainda mais os cuidados com as crianças. Assim, a Justiça argentina considerou que a prisão domiciliar seria a “melhor medida para resguardar os direitos e garantias” dos filhos do casal, proporcionando os cuidados e apoio emocional necessários para seu desenvolvimento.
Além disso, a análise do pedido de extradição de Antônio Neto Ais está em estágio inicial, com documentos solicitados pelas autoridades argentinas ainda pendentes de entrega pelo Brasil. Este trâmite pode levar tempo considerável, potencialmente impactando negativamente a vida das crianças.