
No Brasil de ricaços 433 mil pessoas são milionárias em dólar. Ou seja, têm fortuna superior a US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões). É o que constatou relatório anual do banco suíço UBS, especializado na gestão do patrimônio de alta renda. O número de pessoas neste grupo selecionado cresceu 1,6%, mostra o estudo.
O país que, de longe, tem o maior número de milionários no mundo é os Estados Unidos. O Brasil de ricaços é o primeiro na América Latina. Confira os principais países no ranking:
- Estados Unidos: 23.831
- China: 6.327
- França: 2.897
- Japão: 2.732
- Alemanha: 2.675
- Reino Unido: 2.624
- Canadá: 2.098
- Austrália: 1.904
- Itália: 1.344
- Coreia do Sul: 1.301
- Holanda: 1.267
- Espanha: 1.202
- Suíça: 1.119
- Índia: 917
- Taiwan: 759
- Hong Kong: 647
- Bélgica: 549
- Suécia: 490
- Brasil: 433
- Rússia: 426
- México: 399
- Dinamarca: 376
- Noruega: 348
- Arábia Saudita: 339
- Cingapura: 331
O relatório do UBS investigou, ao todo, 56 países de várias regiões do mundo. O estudo chama a atenção para a enorme transferência de riqueza entre gerações — e mesmo entre membros de uma família que são da mesma geração — prevista para ocorrer nos próximos anos.
US$ 74 trilhões em heranças
O UBS estima uma transferência global total de riqueza superior a US$ 83 trilhões nos próximos 20 a 25 anos. Deste total, cerca de US$ 9 trilhões corresponderão a transferências horizontais, ou seja, entre indivíduos da mesma geração. E mais de US$ 74 trilhões serão transferências verticais, entre gerações.
Brasil é o 2º país com maior fortuna a ser herdada
Espera-se que o maior volume de transferências de riqueza ocorra nos Estados Unidos, com larga vantagem, superando US$ 29 trilhões ao longo das próximas décadas.
O Brasil ocupa o segundo lugar em nosso ranking, com cerca de US$ 9 trilhões, à frente da China, que apresenta mais de US$ 5,6 trilhões de dólares. Um dos principais motivos por trás dessa projeção para o Brasil é sua grande população com mais de 75 anos.
Nos EUA, 379 mil novos milionários só em 2024
A riqueza cresceu de forma desproporcionalmente rápida no ano passado nos Estados Unidos, onde mais de 379.000 pessoas se tornaram novas milionárias em dólares americanos — mais de mil por dia —, segundo o relatório.
O patrimônio líquido de famílias aumentou 4,6% em todo o mundo. Os Estados Unidos representaram quase 40% dos milionários globais em 2024.
Os ‘milionários comuns’
O estudo do UBS também destacou a ascensão de um grupo batizado pelo banco de “milionários comuns”. São ricos, mas não tão ricos assim. A fortuna desses indivíduos supera US$ 1 milhão, mas não chega a US$ 5 milhões.
O total de pessoas neste grupo mais do que quadruplicou desde 2000, chegando a 52 milhões de indivíduos. E esse número está disparando. No início do milênio, havia apenas 13,27 milhões de pessoas nesse grupo e, em 2019, já eram cerca de 44 milhões no mundo todo. Segundo o relatório, o aumento desse grupo foi impulsionado principalmente pela valorização imobiliária e por efeitos cambiais.
Juntos, esses indivíduos têm patrimônio total de US$ 107 trilhões — mais de quatro vezes o que detinham no ano 2000. Assim, o grupo dos “milionários comuns” já soma riqueza próxima à detida pelo topo da pirâmide — os milionários com mais de US$ 5 milhões no bolso têm, juntos, fortuna de US$ 119 trilhões.
Ranking da desigualdade com Brasil à frente
O relatório também mapeou a disparidade de renda nos países. E, na lista, o Brasil é o mais desigual, ou seja, com maior concentração de renda no topo da pirâmide. Ao lado da Rússia, é a economia menos igualitária.
Confira, abaixo o ranking da desigualdade pelo Índice de Gini (quanto mais perto de 1, maior a concentração de renda):
- Brasil: 0,82
- Rússia: 0,82
- África do Sul: 0,81
- Emirados Árabes Unidos: 0,81
- Arábia Saudita: 0,78
- Suécia: 0,75
- Estados Unidos: 0,74
- Índia: 0,74
- Turquia: 0,73
- México: 0,72
- Cingapura: 0,70
- Alemanha: 0,68
- Suíça: 0,67
- Israel: 0,66
- Holanda: 0,65
- Hong Kong: 0,63
- China: 0,62
- Portugal: 0,61
- Grécia: 0,60
- Taiwan: 0,60
- França: 0,59
- Reino Unido: 0,58
- Coreia do Sul: 0,57
- Polônia: 0,57
- Itália: 0,57
- Espanha: 0,56
- Austrália: 0,55
- Luxemburgo: 0,55
- Japão: 0,54
- Catar: 0,47
- Bélgica: 0,47