
Gisele Oliveira, de 40 anos, foi presa nesta quarta-feira, 6 de agosto, na cidade de Coimbra, em Portugal. Acusam a mulher de matar os próprios cinco filhos em Minas Gerais. Foragida da Justiça brasileira há cerca de um ano, a Polícia Judiciária portuguesa a localizou e teve a prisão preventiva decretada após audiência no Tribunal da Relação.
Investigações
Segundo o Ministério Público, Gisele é suspeita de envenenar as crianças ao longo de cinco anos, entre 2008 e 2013. Os casos ocorreram no município de Timóteo, a cerca de 200 km de Belo Horizonte.
No início, tratavam as mortes como naturais ou acidentais, mas a própria mãe da suspeita, e avó das vítimas, desconfiou da sequência de óbitos e procurou a polícia. Segundo ela, a filha dava sedativos às crianças durante a noite. A denúncia deu origem à investigação que levou ao pedido de prisão internacional.
Mãe da suspeita
Em entrevista exclusiva à RECORD, a mãe da brasileira presa em Portugal suspeita de matar cinco filhos contou que está assustada com os desdobramentos do caso. Segundo a mãe da suspeita, as mortes aconteceram depois que a mulher ofereceu doses altas de medicamentos às crianças. A senhora contou também que assustou com a atitude da filha, já que os netos eram saudáveis e estavam bem de saúde.
As duas primeiras crianças morreram em 2010. O Kauan, de 10 meses, e o João Vitor, de 2 anos. Em 2019, o crime volta a acontecer, quando outros dois filhos faleceram. A Ana Júlia e o Kaique, os dois com 1 ano. Em 2023, Gisele Oliveira teria matado a quinta vítima, o filho Tiago.
Ainda segundo a mãe de Gisele, a suspeita fazia tratamento com psicólogo e psiquiatra, mas interrompeu o tratamento. Após alegar problemas familiares, Gisele fugiu para Coimbra, onde a prenderam. O governo brasileiro solicitou a extradição para que responda às acusações no país.
Prisão
No momento da prisão, Gisele estava ilegalmente em Portugal desde abril, vivendo com o atual companheiro e um filho menor de idade, que não é uma das vítimas. A polícia informou que a criança se acolheu pelos serviços de proteção infantil do país. O homem, que é pai do menor e de três das crianças mortas no Brasil, não foi preso.
A brasileira não resistiu à prisão e, segundo as autoridades portuguesas, poderá permanecer detida por até 40 dias enquanto o Brasil formaliza o pedido de extradição. Se condenada pelos crimes, ela poderá enfrentar penas que, somadas, ultrapassam 150 anos de prisão, embora a legislação brasileira limite o cumprimento da pena a 30 anos, conforme o Código Penal vigente.
R7